Eu quero uma casa ecológica


| Tempo de leitura: 2 min

Quando a ecologia entrou na moda, repetia-se muito o lema ambientalista: “Pensar globalmente, agir localmente”. É interessante aceitar que todos podem atuar de maneira correta em relação à natureza.

Algo que deve começar em casa. E criatividade é algo que poderia ser mais explorado num Brasil onde faltam milhões de moradias. Por que continuar a construir esses conjuntos de residências iguais, praticamente grudadas, sem um jardim, sem uma horta, sem uma árvore? Fonte de conflitos, porque não há privacidade, mas um compulsório convívio entre pessoas que não pertencem à mesma família.

Tem-se valorizado pouco o arquiteto num Brasil que já forneceu paradigmas nessa área, cujos nomes reiteradamente faço questão de reverenciar, pois ainda existem os que se reinventam e investem na criatividade e no arrojo ecológico e sustentável.

Após os três pilares da sustentabilidade serem suficientemente desenvolvidos – o ambiental, o financeiro e o social – investe-se no pilar cultural. Introduz-se a tática de uso de materiais integralmente reutilizáveis na construção e na decoração. Volta-se, por exemplo, ao “pau-a-pique”, à taipa e ao superadobe.

É opção econômica, baseada na utilização de material abundante, gera habitação termicamente estável e acusticamente isolada. Suporta inundações e movimentos tectônicos.

Há experiência interessante de mulheres construtoras na periferia de Belo Horizonte, com arquitetas ensinando-as a edificar sua residência. Está dando certo. Outros investem nas “casas contêineres”, ecologicamente corretas. A construção modelar por blocos é a casa que se pode levar de um espaço para outro.

Enfim, é confiar na mocidade que é a faixa mais sensível à injustificável exploração do ambiente e que se comove com o atual estado do planeta e apelar para o uso de matrizes energéticas limpas: solar, captação de água da chuva, ventilação cruzada com redução do uso de ventiladores.

A volta à natureza, com respeito e com inteligência, é a opção que talvez ainda possa garantir uma subsistência digna para os que nos sucederem.

 


José Renato Nalini
Reitor da Uniregistral, docente, conferencista e autor de Ética Ambiental
 

Fale com o GCN/Sampi!
Tem alguma sugestão de pauta ou quer apontar uma correção?
Clique aqui e fale com nossos repórteres.

Comentários

Comentários