Entrevista: Gilson de Souza

'Me sinto muito feliz por ter sido o escolhido'


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  Tem uma conquista  que me sensibiliza que é o lado  humano. É  quando você sabe que está zerando filas de pessoas  com problemas  de saúde com  o programa  Zera Fila”
Tem uma conquista que me sensibiliza que é o lado humano. É quando você sabe que está zerando filas de pessoas com problemas de saúde com o programa Zera Fila”

Perto de completar três anos de governo, o prefeito de Franca, Gilson de Souza (DEM), 64 anos, foi vereador por três mandatos e cinco vezes deputado estadual antes de assumir o comando do Executivo.

O mineiro de Delfinópolis (a 90 km de Franca) tem o desafio de administrar a cidade que completou, nesta semana, 195 anos.Faltando pouco mais de um ano para concluir seu mandato, certamente ele não terá mais tempo para realizar muitas promessas de campanha. Dentre elas, a construção do tão falado Hospital das Clínicas. Sem inaugurar grandes obras até agora, Gilson diz que sua maior conquista ao longo desses três anos é “o lado humano”, destacando o programa Zera Fila, e lembrando que já destinou R$ 37 milhões à Santa Casa.Gilson diz que seu maior desafio como prefeito nesse período foi pagar R$ 75 milhões de dívidas.

Aproveitou para cutucar os ex-prefeitos, a quem responsabiliza pela herança de problemas. Ao ser questionado sobre a buraqueira na cidade, lembrou que os outros prefeitos também enfrentaram o mesmo problema, já que, segundo ele, não houve um “planejamento estratégico” para recapear as ruas ao longo dos anos.

Como que o senhor analisa o momento em que Franca comemora 195 anos?
Primeiro quero parabenizar Franca pelos 195 anos que a cidade está completando. Parabenizar todos os ex-prefeitos que deram sua parcela de contribuição ao longo da história, e a sociedade também.

O que o senhor projeta para a cidade nos próximos anos?
Estamos projetando a cidade para 20 anos. Estamos trabalhando o presente e pensando no futuro porque é muito importante o município ter essa visão. Uma visão de gestor, aonde você cuida do presente mas sempre com olhar no futuro.

Qual é a principal pedra no sapato do prefeito hoje que o senhor gostaria de resolver rápido?
A pedra no sapato é o trabalho. Vamos trabalhar e trabalhar. Não existe pedra no sapato. O que existe é trabalho. É o que estamos fazendo. Já avançamos muito na área da saúde. A Santa Casa, que sempre teve dificuldades nos anos passados, agora nós já podemos equilibrar o atendimento à população. O município dá sua parcela com os recursos que o complexo precisa. Já repassamos 23 milhões de recursos próprios, e somando todo o montante, isso chega a quase R$ 37 milhões.

Quais as maiores dificuldades que o senhor vem enfrentando em sua administração?
Dificuldades, lutas, todos municípios têm. Mas com planejamento, com equipe, você vai pontuando e resolvendo. É o que nós estamos fazendo.

O prefeito enfrenta um grupo maior de oposição atualmente na Câmara. Como o senhor analisa essa situação?
Olha, eu não avalio assim. Não existe um grupo maior de oposição, o que existe na verdade são oposições isoladas, normal, natural de quem tem pretensões políticas. Mas os projetos, todos eles, vêm ao encontro da comunidade. São projetos importantes enviados à Câmara, de interesse coletivo, que melhora a qualidade de vida das pessoas. É normal na política você ter oposições isoladas. 

Qual foi o maior desafio que o senhor encontrou na vida política?
O maior desafio é em menos de três anos ter pago quase R$ 75 milhões de dívidas. Isso é desafio, você ser gestor e pagar as dívidas que herdamos dos governos anteriores, e ao mesmo tempo seguir com suas obrigações, sem atrasar nenhuma duplicata. Antecipar o 13º terceiro salário em sua primeira parcela, como vamos antecipar também a segunda parcela. Esse é o grande desafio, trabalhar com o orçamento relativamente pequeno para uma cidade de quase 400 mil habitantes. Mas não atrasamos, até hoje, nenhuma duplicata, pagamos rigorosamente em dia. Enquanto isso, outros municípios vivem situações de não honrar os pagamentos e ainda parcelando o décimo terceiro. Nós estamos antecipando sem impactar a vida de ninguém. Não houve nenhuma greve durante esses quase três anos do nosso governo. Não tivemos nenhuma paralisação de sindicato, na saúde, na Apae, no Allan Kardec, nem no transporte coletivo.

Qual sua maior conquista como prefeito até agora?
Tem uma conquista que me sensibiliza que é o lado humano. É quando você sabe que está zerando filas de pessoas com problemas de saúde com o programa Zera Fila, principalmente na área de ginecologista, porque as mulheres ficavam mais de um ano esperando por uma consulta. Agora, as 13 mil mulheres que esperavam na fila estão sendo assistidas através desse programa. Estamos também com a Casa Saúde da Mulher Francana, que foi também uma grande conquista. Com a mulher tendo atendimento com hora marcada, exclusivo, com toda dignidade e com toda equipe técnica como médicos, psicólogo e toda uma rede para prestar esse atendimento. Isso é muito gratificante. O Allan Kardec estava perto de fechar as portas e o munícipio pontuou esse olhar para o hospital, que hoje é uma referência nacional na saúde mental, recebendo uma verba de R$ 484 mil por mês. Não se vê mais campanha de saca de café (para arrecadar recursos).

A população vem reclamando muito dos buracos na cidade. Porque o problema chegou a esse pontos?
Esse é um problema antigo. Todos os outros prefeitos que passaram por aqui enfrentaram o mesmo problema, porque não teve um planejamento estratégico para recapear as ruas. Tem bairros que fazem mais de 25 anos que não recebem asfalto novo. E quando chove o buraco vem, porque esfarela. Nós estamos fazendo o tapa-buraco e vamos buscar recursos para que a gente possa fazer o recapeamento, que é a solução.

As licitações têm sido problemáticas nessa administração. A iluminação de Natal tradicionalmente inaugurada no aniversário da cidade ficou para depois. Porque isso tem acontecido?
Ficou para depois porque o governo segue a Lei. Toda compra de serviço precisa abrir licitação e as vezes uma empresa ganha a concorrência e não tem condições de entregar o serviço. Então fica tudo parado em função desse mecanismo. Tem como exemplo recentemente o Copacabana (bairro). Se a prefeitura não tivesse buscado uma solução para terminar a obra, que estava parada por mais de três anos por conta de licitação, tudo poderia ainda estar parado. Muitas empresas começam uma determinada obra e não terminam, precisando refazer todo o processo de licitação.

Como que o senhor avalia o trabalho de seus secretários?
Todos escolhidos são competentes e sérios. Me gratifica muito trabalhar com eles.

Como que o senhor gostaria de ser lembrado pela população depois desse primeiro mandato como prefeito?
Olha, eu me sinto privilegiado por ter sido escolhido o prefeito da Franca. Eu tenho uma carreira consolidada como vereador na cidade por três vezes, como deputado cinco vezes, e a oportunidade de ser prefeito, podendo ajudar a melhorara a vida das pessoas. Então eu me sinto muito feliz por ter sido o escolhido.

O senhor vai disputar a reeleição?
Eu vou trabalhar, trabalhar e trabalhar.

Qual mensagem o senhor deixa para a população francana?
Só de agradecimento ao carinho que a população tem comigo. Eu sou uma pessoa privilegiada. A gente anda pela cidade e vê o carinho que as crianças têm, o carinho das pessoas, tanto dos jovens quanto dos mais velhos. O que se leva da vida é isso: a amizade, o carinho, o trabalho, o respeito. E acima de tudo honrar e cumprir com as suas obrigações. Tenho certeza que 2020 vai ser um ano de muitas realizações em nossa cidade. Avançamos muito, a cidade cresceu, o olhar da cidade é outro. Nós investimos muito em modernização e na transformação do atendimento social. Projetar essa Franca para 20 anos, dando muitas esperanças aos nossos jovens, pra que eles possam aqui ter seus trabalhos, construir família e ter qualidade de vida. 

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