A história do circo


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Carequinha (George Savalla Gomes), Arrelia (Waldemar Seyssel) e Piolin (Abelardo Pinto)
Carequinha (George Savalla Gomes), Arrelia (Waldemar Seyssel) e Piolin (Abelardo Pinto)
Mesmo em tempos de modernas formas de entretenimento, como televisão, cinema, Internet, as artes circenses encantam muita gente, especialmente no interior do Brasil.
 
Alguns acreditam que essas manifestações artísticas se originaram na Grécia Antiga. Os primeiros Jogos Olímpicos já possuíam números circenses.
 
Entretanto, pinturas rupestres indicam a existência de equilibristas em apresentações na China, bem antes disso, há mais de 4000 antes de Cristo.
 
O circo atravessa a Idade Média ( do século V ao XV), período em que muitos artistas ganhavam a vida fazendo apresentações nas ruas ou nas casas de membros da nobreza. Era portanto um circo diferente do que temos hoje.  
 
Tal como é conhecido em nossos dias, isto é, um espetáculo sob a lona para público pagante, foi idealizado Philip Astley, em 1768. Ele teve a ideia de realizar uma apresentação só com cavalos em uma praça de Londres. Foi um enorme sucesso e ele levou seu espetáculo para Paris. 
 
A arte circense saiu da Europa pela primeira vez no século XIX, quando o equilibrista londrino Thomas Taplin Cooke levou sua companhia de circo para a cidade de Nova York. Dali  a arte se espalhou por todo o território americano.
 
Apesar de o circo ter perdido espaço na primeira metade do século XX, por conta das Guerras Mundiais e do surgimento de novas formas de entretenimento, como o cinema e a televisão, ele assimilou novas ideias com o passar dos anos. Assim, criaram-se novos números, foi uma evolução.
 
O circo no Brasil
No Brasil, a história do circo está muito ligada à chegada dos ciganos em nossa terra. Na Europa do século dezoito (1700) eles eram perseguidos. Aqui encontraram  acolhida.  Andando de cidade em cidade, armavam suas tendas. E aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos. Sabiam fazer também truques intrigantes. Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade. O que não agradava era imediatamente tirado do programa. 
 
O circo com suas características itinerantes ( que vai de um lugar para outro)  aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, agradava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo. O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu uma personalidade própria. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o  palhaço brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
 
 
Três célebres palhaços brasileiros
 
Piolin (Abelardo Pinto)
Era filho dos proprietários do Circo Americano. Em 1922, foi reconhecido pelos participantes (escritores e pintores) da Semana de Arte Moderna como um artista genuinamente brasileiro e popular. Seu apelido, que quer dizer “barbante”, foi dado por um grupo de espanhóis com os quais contracenou em um espetáculo. Eles  o achavam muito magro e com pernas compridas. Um “barbante”, um “piolim”. Morreu aos 76 anos, em 1973.
 
Carequinha 
(George Savalla Gomes)
Sua mãe era trapezista e sentiu as dores do parto enquanto se apresentava. O menino começou a trabalhar como palhaço com 5 anos de idade. Apesar do apelido, que foi dado por seu padrasto, tinha uma vasta cabelereira. Foi o primeiro artista de circo a trabalhar na televisão, na TV Tupi. Também gravou discos e participou de diversos filmes. Carequinha morreu aos 90 anos, em 2006.
 
 
Arrelia (Waldemar Seyssel)
Entrou pela primeira vez em um picadeiro com 6 meses de idade, para participar de um quadro que precisava de um bebê chorão. Mais trade, já aos dez anos, os irmãos e o pai, que eram artistas de circo, o maquiaram e colocaram no palco à força, e ele, com raiva, chutou a primeira pessoa que estava na arena. O homem partiu atrás do palhaço e o público caiu na gargalhada. Essa característica, a de palhaço enfezado, manteve-se por toda sua carreira. Arrelia morreu  em  2005, aos 99 anos, vítima de uma pneumonia.
 

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