Agabê apresenta uma nova proposta de calçados e quer voltar a exportar


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Marcelo Bettarello disse que Agabê pode voltar a vender para a América Latina em outubro
Marcelo Bettarello disse que Agabê pode voltar a vender para a América Latina em outubro
Marcelo Bettarello, 34, membro da terceira geração de gestores da Agabê, assumiu a direção executiva há quatro anos com a missão de dar continuidade a todo o know-how e história de sucesso de uma das mais tradicionais indústrias de Franca. E inovou. Ao invés dos tradicionais sapatos masculinos, a Agabê em sua nova fase tem focado exclusivamente na produção de botas no estilo country. A mudança de perfil fez com que a produção voltasse a ser feita em Franca - a unidade havia sido fechada em 2008.
 
Hoje, Marcelo diz que Agabê está recuperada, produz 650 pares de botas por dia e tem quase 300 funcionários. Sobre o futuro, o diretor disse que aguarda o fechamento de novos contratos com parceiros internacionais para voltar a exportar.
 
A Agabê é uma das poucas marcas que acompanham a Francal desde a primeira edição. Qual a relação da empresa com a feira? 
A Agabê tem uma ligação muito forte com a Francal. Um dos sócios da empresa, no caso o meu pai, Miguel Bettarello, também é sócio fundador da feira. Isso também fez com que, desde o início, estivéssemos juntos, mas não é uma obrigação. Neste ano, por exemplo, a diretoria da Agabê não queria participar em função do cenário econômico, mas o comercial viu que era necessário pela sua importância. A feira nasceu em Franca, era regional e foi crescendo. Depois veio para São Paulo e se tornou uma grande feira, com organização, estrutura e profissionalismo igual a de qualquer outra feira mundial.
 
Qual resultado a Francal proporciona para a Agabê, principalmente agora produzindo botas, um produto que não é o forte da estação primavera verão? 
A Francal nos dá uma visibilidade muito grande. Vendemos botas e temos um diferencial em relação às outras empresas porque nossa produção ocorre o ano inteiro e não apenas no inverno. No segundo semestre, ainda temos festas e eventos típicos do mundo sertanejo como os rodeios. Além disso, as botas hoje deixaram de ser só um nicho e passaram a ser um mercado em expansão. O Brasil é muito grande e nós fazemos todos os tipos de botas, para o trabalho, festas e moda.
 
Neste ano, expositores e lideranças apontaram 2014 como um ano atípico. Como tem sido para a Agabê? 
Tem como fazer uma previsão de como será o pós-feira? Não acredito em uma visitação ruim, pois não vejo a Francal em números de visitantes. Vejo em qualidade e, por isso, acredito que a feira irá se manter. O primeiro semestre realmente não foi muito bom, mas acho que muitos lojistas vão precisar comprar para repor os estoques que não duram para sempre. Então, sairá em vantagem o empresário que veio para a feira, que acreditou nela e tem uma determinada quantidade de pares para quem busca a pronta entrega. A nossa meta é vender 11 mil pares aqui. No pós-feira, pretendemos terminar o ano igual a 2013.
 
O que a Agabê tem feito para se destacar na Francal? 
Todo ano procuramos trazer alguma coisa de diferente. Lançamos no ano passado uma moda patenteada, que é uma imitação de avestruz. Agora, patenteamos uma imitação de jacaré. É um investimento que aumenta a cada ano, investimos tanto no produto como também em imagem, na marca. Em 2013, montamos o estande em um container, um projeto inovador e diferenciado que chamou a atenção e fez sucesso. Estamos até viajando as festas agropecuárias com ele. Para este ano, trouxemos uma carreta que também iremos reutizá-la em Barretos na Festa do Peão, depois como uma loja em Ribeirão Preto e, em janeiro, na Couromoda. Se formos colocar na ponta do lápis gastamos cerca de R$ 140 mil para ter um retorno a longo prazo.
 
É possível ter crescimento em produção ou gerar vagas de trabalho no pós Francal, depois de ter tido um primeiro semestre fraco? 
Previsão de aumento existe se fecharmos um negócio de exportação que está em andamento. Se tudo der certo, esperamos voltar a exportar, no máximo, até outubro. Fomos, durante 35 anos, o maior exportador de calçados masculinos do Brasil. Com essa reorganização da empresa, agora fabricando apenas botas. A gente parou de exportar um tempo, nos reestruturamos e estamos prontos para voltar ao mercado externo. Se o negócio se concretizar, retomaremos a exportação para toda a América Latina. É um negócio com clientes grandes, um programa para até dois anos, que poderá resultar em mais produção e também admissões.

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