Conjuntivite: pra quê chorar?


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Você não quer ficar de molho com conjuntivite quer? O Se Liga hoje dá dicas de como evitar o problema que já levou mais de 1,2 mil à rede pública de saúde
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Altamente contagiosa, a conjuntivite, inflamação na conjuntiva - membrana fina e transparente que reveste o globo ocular - causa medo em jovens e adultos de todo o mundo, que tremem só de pensar na hipótese de ficar “de molho” em casa no final de semana. Para se ter uma ideia, até a segunda semana de março, foram registrados na rede pública de saúde de Franca 1256 casos da doença, contra 1161 em relação ao mesmo período do ano passado. O oftalmologista Ricardo Infante alerta que a doença que tem presença marcada principalmente nas cidades, tem suas chances de contágio aumentadas principalmente nas estações mais quentes do ano. “Em países tropicais, como o Brasil, o tempo instável, a baixa umidade do ar e as altas temperaturas propiciam o aumento da reprodução das bactérias. Mas, uma pessoa que mora na Rússia, por exemplo, também pode pegar conjuntivite. Países onde as temperaturas mais baixas são predominantes, têm menos incidência da doença, mas não estão livres dela”, afirma.

A forma mais popular da doença é transmitida através do contato direto com o vírus ou bactéria. “Esse tipo de conjuntivite é altamente contagioso, mas ao contrário do que muita gente pensa, não é transmitido pelo ar”, disse Ricardo. Frequentar saunas e piscinas, compartilhar maquiagens e outros objetos de uso pessoal como uma toalha, por exemplo, são meios muito comuns de transmissão. Os principais sintomas da conjuntivite do tipo bacteriana e do tipo viral são: vermelhidão nos olhos, coceira, secreção de pus, fotofobia (sensibilidade à luz) e lacrimejamento.

Outro tipo muito comum da doença é a conjuntivite alérgica. A irritação se desenvolve quando a pessoa entra em contato com um determinado tipo de substância que causa alergia, como a poeira, produtos químicos e a poluição ambiental. Os sintomas mais comuns são olhos vermelhos e lacrimejamento intenso. A reação alérgica também pode causar rinite, bronquite ou asma, o que contribui ainda mais com a irritação dos olhos. “A conjuntivite alérgica é uma doença crônica não contagiosa, que pode ser curada quando o paciente segue algumas precauções, como identificar e evitar entrar em contato com aquilo que provoca a alergia”, disse Ricardo.

Para se curar completamente da doença, é preciso paciência. “A pessoa que está com conjuntivite precisa ficar de quarentena até receber a alta médica. A cura completa é muito importante, pois caso contrário, o paciente pode transmitir a conjuntivite para outras pessoas por achar que está livre da doença”, afirma o oftalmologista. A conjuntivite viral tem duração limitada, não ultrapassa dez dias. Em relação à bacteriana, normalmente a recuperação leva cerca de uma semana. Casos mais graves da doença prolongam o tempo de recuperação, chegando até a quatorze dias.

TRATAMENTO
Ao sentir sintomas semelhantes aos da doença por mais de 24 horas, é necessário procurar um médico imediatamente. Só um profissional pode indicar o tipo de medicamento a ser utilizado. “A automedicação é um erro muito comum e gravíssimo. Muitas pessoas pensam que colírio não é remédio e acabam usando quando sentem qualquer coisa errada com o olho, mas isso pode agravar ainda mais o quadro da doença. Os colírios são muito poderosos”, afirma Ricardo. Quem usa lente de contato deve evitar usá-la até se curar da doença. O oftalmologista ressalta que se a pessoa estiver completamente isolada, impossibilitada de entrar em contato com médicos, poderá usar água mineral limpa e sem cloro para lavar a secreção.

CONSERVAÇÃO DO COLÍRIO
Em geral, os colírios devem ser guardados na geladeira depois de abertos. É sempre importante agitar o frasco antes de usar. “O colírio é de uso individual, cada pessoa precisa ter o seu próprio frasco. Antes e depois de usá-lo é preciso estar com as mãos limpas, nunca se deve encostar o bico do frasco nos olhos para não infectá-lo”, disse Ricardo.

DICAS - OFTALMOLOGISTA RICARDO INFANTE
Coçar os olhos pode causar lesões na córnea (parte transparente, protetora do globo ocular, sua função é focalizar a luz). Nunca devemos tocar os olhos com os dedos, o mais indicado é coçar os olhos nos ombros.

O ar condicionado tira a umidade do ar, o que causa o ressecamento dos olhos. Se não há como ficar com o ar desligado, o ideal é mantê-lo na temperatura de 21º.

Os mamíferos precisam dormir por no mínimo seis horas. Poucas horas de sono podem causar fadiga na visão. A pessoa amanhece com desconforto e vermelhidão nos olhos. Isso prejudica a função lacrimal e no futuro provoca fotofobia (sensibilidade à luz).

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