Bagre


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Nossa cidade é cortada por dois córregos. Um é o Cubatão. O outro se chama Bagres. Sabe por quê? É que até o final dos anos 1950, as águas do Córrego dos Bagres comportavam muitos peixes desta espécie. O historiador José Chiachiri Filho já contou em uma de suas crônicas que ali pescou com seu pai quando era menino. Vamos então falar hoje deste peixe relacionado à nossa cidade que vai completar no próximo dia 28, seus 188 anos de existência.

O bagre pertence à família dos Siluriformese. Ele é muito comum nos riachos e córregos de toda a América do Sul. Em algumas regiões é chamado peixe-gato. Sabe por quê? Porque ele tem uns “bigodinhos” similares aos de um felino. Esses fios, na verdade ferrões, estão presentes em suas mandíbulas para uso sensorial. Ou seja, funcionam como sensores que alertam os bagres sobre perigos ou a presença de outros peixes menores e vermes que lhes servem de alimento. É inte-ressante observar que o bagre, quando engole algum deles, se expande, infla como uma bola de gás, fica maior do que é normalmente. Ele tem esse mecanismo que facilita a entrada da presa em sua barriga.

A região dorsal (as costas) do corpo do bagre é extremamente perigosa e serve como defesa contra qualquer predador que se aproxime dele. Não é recomendado a um pescador pegar esse peixe com a mão sem proteção, pois seu dorso pode causar ferimentos com seus aguilhões perigosos.

Além dos aguilhões, os bagres possuem substâncias nas nadadeiras dorsal e peitoral cobertos por um muco cáustico, que causa dolorosas feridas a quem não souber segurá-los. Os menores peixes possuem as substâncias mais dolorosas.

O bagre exibe coloração azul-prateada no dorso e tem o abdômen amarelo. Pode atingir até dois quilos de peso e tamanho de 50 cm. Não possui escamas e sim pele. É conhecido por outros nomes: cambeva, gambeva, jundiá, bureva, breacambucu e outros. Gosta de águas barrentas e escuras.

Por causa da poluição de suas águas, o Córrego dos Bagres não tem mais bagres. Só ficou o nome. E isso é de se lastimar.
 

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