
É bem possível que você tenha estranhado a palavra aí de cima: Trú-fu-la. O que será isso? No filme que está em cartaz na cidade e se chama O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida, ficamos sabendo que se trata de uma espécie de árvore. Não uma árvore comum, com tronco marrom, galhos e folhas verdes, como estamos habituados a ver. Mas árvore com aparência de algodão doce, muito colorida e leve, que um dia existiu na imaginação de um escritor muito conhecido das crianças norte-americanas, o Dr. Seuus ( a pronúncia é Sous). O filme é uma transposição para a tela do livro. Sobre o autor, escrevemos mais no quadro ao lado.
Vamos falar das Trúfulas e do que elas representaram na história contada pelo filme. Começaremos pelo tradicional “era uma vez”. Era uma vez um garoto chamado Ted, que se apaixonou por uma garota chamada Audrey. Ted ficou sabendo que o grande desejo de Audrey era conhecer uma Trúfula. Então ele saiu de sua cidade, Sneedville, e foi procurar Trúfulas para mostrar a Audrey. Sneedville era tão artificial que até o ar puro que as pessoas respiravam era enlatado. Já pensou que horror?
Na sua busca pelas tais árvores que tinham sido dizimadas há muito tempo, Ted encontrou um cara estranho até no nome. Ele se chamava Umavez-Ildo. Falado rapidamente fica assim: Umavezildo. Mas isso lá é nome de gente? Nas histórias criadas na imaginação, sim. Vai daí que o homem com nome esquisito contou para Ted o que tinha acontecido às Trúfulas. Lembrou-se de que quando chegou ao Vale das Trúfulas, encontrou peixes coloridos que cantavam, cisnes cismados que cismavam e também barbalutes, uns animais fofos parecidos com ursos.
Lembrou-se também do que estava procurando no Vale: exatamente as tais Trúfulas, para cortar e transformar num produto chamado sneed ( lembra-se do nome da cidade de Ted? Sneedville, lugar de sneeds). Os sneeds eram um produto assim tipo Bombril, pois tinham mil e uma utilidades. Foi quando estava cortando a primeira Trúfula que surgiu do toco o Lorax. Esta criatura de cor alaranjada, bigoduda e de olhos muito grandes se apresentou como “Espírito da Floresta” e alertou Umavezildo sobre o perigo que representava cortar as Trúfulas. Como Umavezildo não entendeu a mensagem, Lorax reagiu. A batalha entre os dois foi feia.
Umavezildo era uma pessoa que queria ganhar dinheiro sem se preocupar com o resultado de suas ações. Ele foi longe demais nos seus objetivos. Tão longe que destruiu todas as Trúfulas do Vale. E pagou um preço por isso.
Lorax é o nosso Caapora
O Lorax é o Grande Espírito da Floresta, aquele que protege a natureza, o herói da história. Foi criado pelo Dr. Seuus e se tornou conhecido das crianças americanas. Na nossa cultura, com origem nas lendas indígenas, também temos um protetor deste tipo. É o Caapora. Uma das figuras mais interessantes do folclore brasileiro, o Caapora já era personagem dos índios quando o Brasil foi descoberto. O Caapora é o nosso Lorax.
No imaginário popular de diferentes regiões do País, a figura do Caapora está associada à vida da floresta. A própria palavra Caapora significa “ Habitante do Mato”, pois em tupi caa quer dizer mato e pora significa morador. O Caapora guarda a vida vegetal e a vida animal. Ele apronta muitas ciladas para os que destroem árvores e caçam animais. Sua maneira de agir é bem curiosa. Ele assobia para espantar e desorientar os invasores da floresta e também cria armadilhas para capturá-los.
Fisicamente o Caapora é bem diferente do Lorax: sua figura é a de um índio de pele escura, que anda nu e se desloca em cima de um porco selvagem. De parecido ao Lorax, só o pelo: ele também é bem peludo. Em algumas regiões da Amazônia é descrito como um ser que tem os pés virados para trás. Assim, deixa pistas falsas para os que o perseguem.
Quem foi Dr. Seuus
Dr. Seuus foi o nome escolhido por Theodor Seuss Geisel (1904- 1991) para assinar as histórias que destinava às crianças. Este norte-americano de Springfield, tinha um jeito muito diferente de contar casos. Usava rimas e inventava palavras, como é o caso de trúfulas e barbalutes. Lembrava um pouco o processo de criação de outro grande autor que elegeu a infância como tema: Lewis Caroll, de Alice no País das Maravilhas. Lewis e Seuss criaram seres e palavras que não encontramos na realidade e passam a existir na nossa imaginação depois que lemos seus livros e assistimos aos filmes inspirados neles. Isso é bem próprio do grande escritor. As histórias do Dr. Seuus são conhecidíssimas das crianças de língua inglesa. Mas há pouca tradução de seus livros para o português. Um deles é Horton e o Mundo dos Quem, também transformado em filme. Seus livros trazem mensagens universais , ou seja, são vividas e compreendidas por todos. No caso do livro Em Busca da Trúfula Perdida, escrito há 40 anos, ele faz um alerta sobre os riscos do progresso à natureza e ao próprio futuro dos seres vivos na Terra.
Serviço
Título: O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida.
Gênero: Animação
Duração: 94 minutos
Vozes / Atores: Zac Efon, Taylor Swift, Danny De Vito, Betty White
Onde: Cine Franca 2 e 3
Sessões: Cine 2- segunda a domingo, 15h50 e 17h45; Cine 3- segunda a sexta, 16h50, 19h00, 21hoo; sábado, domingo, feriado: 19h45; 16h50; 19h00; 21h00
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