
Desde o final do ano passado, pulseirinhas coloridas vêm deixando pais e professores de cabeça quente com rumores sobre seu verdadeiro significado. Os adereços estão no braço dos jovens e na mídia.
Quem lê o <b>Comércio</b>, sabe do que se trata. Um <i>Se Liga</i> com informações sérias sobre o assunto foi recentemente publicado. Para quem ainda não conhece, os plásticos fazem parte de um jogo que começou na Inglaterra e chegou ao Brasil pela internet. As meninas usam pulseiras coloridas e os meninos que conseguirem arrebentar uma delas recebem alguma ‘recompensa’, de acordo com a cor. A brincadeira pode ir de um simples abraço à relação sexual de fato. Essa divulgação por parte da mídia foi o bastante para que o mundo pegasse fogo e as inocentes pulseiras fossem banidas de escolas mais tradicionais e vistas com olhos enviesados mesmo por quem as tolera. Na verdade, são adereços comuns, que qualquer garota usaria para ir ao colégio.
Segundo os pedagogos, o que pegou realmente foi que de repente, não mais que de repente, pais e mestres descobriram que a meninada não acredita mais em cegonha e conhece o sexo em suas múltiplas variações. Daí, para integrar as pulseiras nesse imaginário coletivo foi um passo, mas nada que obrigue uma adolescente que usa essa ou aquela cor a ir além do que ela normalmente iria sem a pulseira. O problema é que agora a inocência desmoronou e todo mundo descobriu o que todo mundo já desconfiava: a meninada sabe bem mais sobre sexo do que imaginava nossa vã filosofia. Afinal, o que esperar de uma geração que é bombardeada com sexo 24 horas por dia, que vê sexo no horário nobre da TV, nas páginas dos jornais, nas revistas, nas conversas e na vida de seus ídolos?
É ignorância imaginar que quem usa as pulseiras coloridas quer ou faz parte deste joguinho bobo. Quem foi que pensou ser necessária uma pulseira colorida para as meninas se atirarem para cima dos meninos e praticarem atos vulgares e até o sexo em si? Ignorância também é pensar que proibir o uso dessas pulseiras vai inibir os adolescentes e apagar esse fogo juvenil. Hoje proíbem as pulseiras, amanhã eles criam o ‘código da fita no cabelo’. Quem usar fita branca deve mostrar os seios para o coleguinha da esquerda, fitinha preta mostra para o amiguinho da direita e assim por diante.
Até agora não foi registrado nenhum caso de aproximação sexual causado pelas tais pulseiras, que são usadas apenas como uma moda passageira e que, se esquecidas, brevemente serão substituídas por outra febre.
Essa histeria sobre as pulseirinhas coloridas foi criada e está sendo mantida pela mídia sem assunto e à procura de novidades. A mídia é capaz de criar e destruir mitos, de inventar e desinventar situações, dar conotações novas a velhos padrões. É a eterna mania da mídia de criar fatos e factóides que faltam com os fatos e em cima deles preencher na TV, horários disputados sempre com especialistas falantes e apresentadores ainda mais sábios.
Vendidas por camelôs, a novidade também é conhecida por aqui como pulseira cool, ou legal, na tradução do inglês. Um pacote com 20 unidades, de cores sortidas, custa cerca de R$ 2. Proibir as tais pulseiras é um incentivo a que elas sejam usadas e aí sim, desvirtuadas. Ignorá-las e tratá-las como mais um modismo juvenil é o caminho para que elas sumam, assim como vieram, sem deixar rastros.
<b>FRANCA ANTIGAMENTE</b>
Nos meus tempos de criança a mulher grávida, para saber o sexo do futuro bebê, ficava na sala, à espera de um louva-a-deus. Ao chegar, era só espantá-lo. Se voasse para fora, seria homem; se não, com certeza, mulher. Hoje caiu no esquecimento. Encontrar louva-a-deus onde?
<b>FRASE</b>
‘O uísque? O uísque é o melhor amigo do homem. O uísque é um cachorro engarrafado’ (Vinícius de Moraes, poeta)
<b>CIRCULA NA INTERNET</b>
A pobreza de expressão dessas bandas de forró e o gemido dessas duplas sertanejas não são arte; pelo contrário, instrumentos de tortura.
<b>LUTO</b>
Ainda que com atraso, a coluna não poderia deixar de registrar, com imenso pesar, os falecimentos na semana passada do professor Alfredo Palermo e de Aparecida de Fátima Lima, irmã do amigo radialista Everton Lima, diretor-artístico da Rádio Difusora. Perdas irreparáveis. Nossos sentimentos às famílias enlutadas.
NEGATIVO
O Congresso cortou mais de um bilhão em verba destinada à Copa do Mundo que será no Brasil, em 2014. Com isso ficam prejudicados projetos na área de segurança, transportes e até mesmo recuperação de estádios. Passada a euforia da escolha, chega a dura realidade.
<b>POSITIVO</b>
O Procon de Franca entrou na briga e, além de alertar a população, vai agir contra empresas e lojas da cidade que promovem saldões ou liquidações e vendem produtos danificados. Para isso orienta o consumidor a pedir nota fiscal com tudo discriminado para que possa exigir o reparo no prazo da garantia legal do produto, caso ele venha a apresentar defeito. Positivo!
Edward de Souza
Jornalista e radialista - edward@comerciodafranca.com.br
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