POLÍTICA

Flávio Paradella: Dengue em descontrole revive o pesadelo

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/PMC
2025 repete o ano passo e o governo federal se mostra completamente ineficiente, tanto na comunicação quanto na ação.
2025 repete o ano passo e o governo federal se mostra completamente ineficiente, tanto na comunicação quanto na ação.

O que parecia um alerta virou realidade novamente: a dengue segue descontrolada em Campinas e na região. Depois de um 2024 catastrófico, com mais de 121 mil casos e 92 mortes na cidade, a escalada da doença se repete em 2025 e já dá sinais de que o cenário pode ser tão devastador quanto no ano passado.

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Só em Campinas, já são 5,7 mil casos e uma morte confirmada. Mas a situação é ainda pior em municípios vizinhos: Sumaré registrou suas duas primeiras mortes e declarou emergência, enquanto Amparo, uma cidade pequena, já ultrapassou a marca de 10 óbitos, um número altíssimo para seu porte. O mosquito segue vencendo, e as respostas do poder público continuam insuficientes.

A epidemia não é um problema isolado da região de Campinas. Em 2024, o Brasil enfrentou o pior surto de dengue da história, e 2025 caminha na mesma direção. O que assusta é que, mesmo com os números alarmantes do ano passado, não houve uma resposta à altura para evitar que o caos se repetisse.

O governo federal se mostra completamente ineficiente, tanto na comunicação quanto na ação. A troca de ministro da Saúde – saiu Nísia Trindade, uma técnica fraca na articulação política, e entrou Alexandre Padilha, um político fraco na parte técnica – ainda não surtiu efeito algum. O discurso pode até mudar, afinal Padilha é bem mais midiático com seu macacão do SUS, mas a ação continua falha.

O resultado disso? Velhos inimigos voltam a derrotar o país. Se durante a pandemia da Covid-19 a saúde pública viveu sua crise mais grave, no pós-pandemia voltamos a perder para doenças que já deveriam estar sob controle, como dengue e febre amarela. O Brasil parece incapaz de aprender com as tragédias recentes e segue repetindo os mesmos erros de sempre.

Enquanto o mosquito segue se espalhando e matando, autoridades municipais e estaduais correm atrás do prejuízo, sem ações de impacto que realmente alterem o curso da epidemia. Campanhas de conscientização são tímidas, medidas preventivas chegam tarde e o investimento na vacinação contra a dengue segue ridiculamente lento.

O Brasil já teve tempo de aprender que surtos de dengue não são eventos inesperados, mas crises anunciadas que exigem planejamento e resposta rápida. Em vez disso, o país reage de forma tardia e improvisada, deixando a população refém de uma tragédia previsível. Sem mudanças estruturais na forma de combate à doença, 2025 pode repetir o desastre do ano passado.

Novo presidente do Camprev

O Instituto de Previdência Social de Campinas (Camprev) tem um novo presidente. Henrique Romanini Subi assumiu o comando do órgão, substituindo Marcelo de Morais, que ocupava o cargo de forma interina.

Subi é procurador da Prefeitura desde 2015 e, desde 2020, atuava como procurador-chefe da Procuradoria Fiscal. Ele é mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e bacharel em Direito pela PUC-Campinas. Antes de ingressar na administração municipal, trabalhou entre 2013 e 2015 como agente de Fiscalização Financeira do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

Criado em 2004, o Camprev administra a previdência dos servidores públicos de Campinas e conta atualmente com mais de 12,1 mil beneficiários, sendo 9.813 aposentados e 2.319 pensionistas.

Adeus, Nenão

Nesta sexta-feira, foi hora de me despedir de Francisco Correa Ciurria, o Nenão, ou simplesmente Tio Neno. Aos 71 anos, com a saúde fragilizada há tempos, ele descansou.

Neno sempre teve um jeito turrão, mas com um amor peculiar, daqueles que se manifestam nos pequenos gestos, nas rotinas que viram tradição. Ele fez parte de uma infância que guardo com carinho: esperar até a madrugada para assistir qualquer filme ou série ao seu lado, os sábados de passeio e manutenção no velho Fusca, e os domingos embalados por LPs de Roberto Carlos no potente receiver.

O tempo passa, mas certas memórias ficam para sempre. Vá em paz, Tio Neno.

  • Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.

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