SAUDADE

Memórias de uma cidade de outrora que moram no coração dos jundiaienses

Quem nasceu em Jundiaí ou adotou a cidade há algum tempo, se lembra de outras épocas que marcaram a história

Por Nathália Sousa | 23/04/2024 | Tempo de leitura: 3 min

Reprodução / Wilson Migotto

Foto de março de 1978 que mostra a ponte sobre o Rio Jundiaí, a Vila Rio Branco e a Estrada para Itatiba
Foto de março de 1978 que mostra a ponte sobre o Rio Jundiaí, a Vila Rio Branco e a Estrada para Itatiba

Com a vinda do Progresso, houve a Ramificação da ocupação Urbana e uma Cidade Nova surgiu. A Ponte entre o passado e o presente passa por uma transformação Industrial, com o sumiço de Chácaras. O Novo Horizonte da transição trouxe novos "Arens", ao Centro de um município dividido entre a face Residencial, a Agrícola e o Campo. O resultado é uma Alvorada de diversidade de pessoas, ao mesmo tempo em que mantém a tradição de ser Terra da Uva.

Com o perdão dos trocadilhos com nomes de bairros da cidade, o Jornal de Jundiaí, procurando memórias afetivas da cidade pediu, pelas redes sociais, que os leitores contassem suas memórias da cidade, seja de lugares, de eventos, comidas, momentos, bairros. Independentemente da lembrança, as pessoas guardam carinho pela Terra da Querida e, com nostalgia, contam sobre tempos de outrora, em que Jundiaí era menor, menos urbanizada, mas tinha outro senso de comunidade, como outras cidades do interior.

Entre as principais memórias e saudades, há os bairros de outrora, Vila Rio Branco, Vila Arens; as festas, como a da uva; os parques, que reuniam crianças; empresas com a identidade local, como a Cica; as ferrovias, que calcaram Jundiaí; até os ônibus urbanos, que tinham um adesivo de uva. O Centro da cidade é um tópico a parte. Além da nostalgia do próprio espaço, que era bastante diferente há algumas décadas, há a saudade dos cinemas de rua, Ipiranga e Marabá, lojas como Credi Nino e Loja Rei, a saudosa lanchonete A Paulicéa. Principalmente no fim do ano, quem vive há bastante tempo na cidade, se lembra de um Centro apinhado de gente, com muitas lojas, restaurantes e a atmosfera de ponto de encontro da cidade.

O TEMPO CORRE

Essa memória afetiva coletiva carrega um punhado de boas lembranças, mas o progresso, que não pode ser parado, chegou à cidade. Professor e proprietário do Sebo Jundiaí, Maurício Ferreira guarda em fotografias, na cabeça e no coração uma Jundiaí que já não existe, mas defende que não há tempo melhor que outro.

"Nem melhor nem pior, foi a época que a gente teve aquela idade, que a gente viveu aquilo, que sentiu todas aquelas emoções. Não tinha praticamente nada financeiramente, mas tinha tudo. Tinha muita amizade, muito relacionamento. Lembro que em festa de Natal, a gente ia na casa de um monte de amigo, então foi uma época muito boa. E a rede social, ela aproxima muito quem está longe, mas afasta quem está perto", comenta ele sobre o tempo atual, mais digitalizado.

O professor fala sobre a característica de Jundiaí em cativar quem conhece a cidade e a importância das pessoas aqui. "Eu tenho o maior orgulho de Jundiaí. Esse sotaque caipira é um orgulho da gente. Em todo lugar, eu digo que eu tenho tanto amor por Jundiaí que nem cabe no coração. É um amor muito grande por essa cidade e, quando se ama a cidade, ama as pessoas, principalmente os anônimos, que construíram essa cidade, abriram essas ruas. Quem constrói a cidade são essas pessoas, então tenho muito amor por elas também."

Criado em uma casa ao lado do Parque da Uva, Maurício se lembra da construção do local e de outros marcos no município, que é sinônimo de interior paulista. "Essa coisa de defender a cidade, eu conheço bem, porque, quando fui office boy, eu ia para Campinas e a gente travava um embate lá, falando de Campinas e de Jundiaí, em uma disputa. Campinas era Jundiaí, porque Jundiaí era grande, tinha o sertão que foi se desmembrando. Mas acho que é uma questão de amor à cidade, porque a gente tem muito apego, até por quem passou por aqui, que é jundiaiense de coração. E Jundiaí só é o que é hoje porque recebe as pessoas de braços abertos."

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Foto: João Pires Barbosa Filho
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Foto: Ana Paula Mazzei
Foto: Ana Paula Mazzei
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11 COMENTÁRIOS

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  • Gênaro Oliveira
    25/04/2024
    Moro em Jundia há 50 anos Guardo até hoje na lembrança muitas coisas como desfile de carnaval que eram na barão com os clubes 28 , banda .são João grêmio . No comércio tinha foto Luiz. A vencedora calçados, Pauliçeia Cine maraba, Cine Ipiranga
  • Robson De Moura
    25/04/2024
    Me lembro também do cinema Marabá e da Paulicéia
  • Carlos Vieira
    25/04/2024
    Bom Dia! Sou natural de Jundiaí, que saudades tenho da casa Carlos Gomes (Discos de vinil, fita K7)....a empresa Argos, Vigorelli....em fim estão no coração. Abs
  • William
    24/04/2024
    Interessante, só faltou colocar a data e local de cada foto.
  • Eduardo
    24/04/2024
    O progresso descaracterizou a cidade. Fazer o que ? Hoje com 55 anos, eu vivi os cines do centro, as lojas de discos, as cachoeiras da ermida, o meu Paulo Mendes Silva, saudades
  • Heraldo Martini Gennari
    24/04/2024
    Gosto de ver suas fotos e lembranças,nasci na Barão de Jundiaí,694 na Casa Martini de calçados.
  • Mário Benesutti
    24/04/2024
    Me lembro de algumas fotos principalmente a esquina da Barão do Rio Branco com a Olavo Guimarães bem na esquina tinha uma loja onde vendia tudo qto era tipo de panelas eu era bem garoto mas me lembro dessa loja só ñ me lembro do nome ao fundo o cine República com o bar do Parmera e do lado esquerdo o açougue do Rolando e ao lado uma farmácia muito bonita os armários era tipo vitrais e indo ao fundo da rua da estação tinha o bar do Lúcio loja da dona Lili e a famosa vila Scavone onde morei por muito tempo onde hoje é a viação Cometa era um casarão não me lembro do nome do dono mas foi alugado para os mórmons refúgio de jovens americanos que se converteram pra não ir pra guerra do Vietnãtudo lá pelos idos de 1960 e eu já era nascido, e vivi tudo isso hoje tenho 70 anos e tudo está na minha memória e tem mais se eu escrever vou passar o dia
  • João Castro
    24/04/2024
    Que delícia ler estes relatos. Histórias na visão de cada um. E cada um tem um detalhe a mais. O meu detalhe é sobre as pizzarias da família Castro que coexistiram por décadas: Jarbas, Castro e O Chopão. Muita história.
  • Iramy Luiz Piola
    24/04/2024
    Nasci em 13/08/1936, tenho atualmente 87 anos. Conheço Jundiai e com muitas lembranças desde os meus 12 anos. Com essa idade comecei a trabalhar nos Bairros Vila Arens, Ponte São João e Centro da Cidade e Vila Rami. Lembro de muiyas coisas. Exemplo: Construção e Demolição da DURATEX, Cica, Decae muitas industrias. Tambem do velho e novo Campo do Paulista, e etc. etc. Muitas Casas de Comercio e muitos fatos.Eu conheci e conheço muito Jundiaí. Tenho Amigos em toda Cidade. Tenho muito Orgulho em ter nascido em Jundiaí e no Bairro Ponte São João.
  • Arone De Nardi Maciejezack
    24/04/2024
    Jundiaí foi destruída, arrebentada. Meia dúzia de incorporadores transformaram alqueires em M2, acabando com a qualidade do local. A remoção da locomotiva do Parque da Uva e a troca do soldado de 32 por um palhaço resumem a descaracterização e despersonalização de nossa terra...que venha o golpe final no centro, com a saída do fórum!
  • nair Martins
    24/04/2024
    Sou jundiaiense de coracao, lembro bem da Pauliceia e do cine Ipiranga tudo mudou, faz parte do progresso.