Após sete anos de mobilização, se deu início a operação da instituição, em um casarão na Avenida Orosimbo Maia, em Campinas. E, logo de cara, com um diferencial que sempre marcou Cândido Ferreira: a gratuidade no cuidado às pessoas com transtornos mentais.

Além da gratuidade, um diferencial histórico da instituição sempre foi a inovação. Um exemplo aconteceu na década de 1990, quando Cândido Ferreira se tornou pioneiro no processo de desospitalização, o que se tornou modelo para a Organização Mundial de Saúde.

Nos dias atuais, a instituição conta com 41 unidades de atendimento, espalhadas por diversos pontos de Campinas. Através dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial), Cândido Ferreira também promove a reabilitação psicossocial a pessoas de todas as idades. Além disso, as 21 unidades de Serviço Residencial Terapêutico proporcionam o cuidado a uma população que já não possui mais laços familiares.

Outra frente é o Núcleo de Oficinas e Trabalho e a Casa das Oficinas, que promovem a inclusão social de cerca de 300 pessoas em 15 oficinas de trabalho. A ferramenta ainda promove a venda de 400 produtos em lojas virtuais, gerando renda e associação entre trabalho e terapia.

Por fim, Cândido Ferreira ainda conta com os Centros de Convivência, que garantem cultura, lazer e ensino, enquanto que o Consultório de Rua realiza atendimento em saúde para a população em situação de rua e vulnerabilidade social.

Para Sander Albuquerque, superintendente administrativo de Cândido Ferreira, a estrutura reforça a importância da instituição para Campinas e o Brasil.  “A evolução da forma de tratar a saúde mental do Cândido Ferreira resultou em uma estrutura que é modelo para o Brasil”, afirmou.

“Nosso Serviço Residencial Terapêutico serviu de referência para o Ministério da Saúde, por exemplo. Nosso trabalho é baseado na sustentabilidade que proporciona as melhores práticas de cuidado”, acrescentou.

Equipe

Para administrar tamanha estrutura, uma grande equipe é necessária. Assim, a organização conta com 880 funcionários, que proporcionam 5,2 mil atendimentos ao mês.

De acordo com Karina Diniz, superintendente clínica da instituição, o projeto terapêutico estabelecido com cada paciente é um grande diferencial: “Um projeto terapêutico singular, que busca a reabilitação psicossocial de forma humanizada é o que diferencia o Cândido Ferreira enquanto serviço de saúde mental. Buscamos atender de forma ampla as necessidades do indivíduo, não nos atendo somente ao campo clínico, mas também alternativas que proporcionem equilíbrio e qualidade de vida”, disse.

Comemoração

Em comemoração aos 100 anos, Cândido Ferreira prepara uma festa nesta quinta-feira, 18, dedicada aos atendidos. “Essa comemoração, centrada em nossos atendidos, fortalece a razão da existência do Cândido Ferreira. Resgata nossas origens ao lembrar que tudo o que vem sendo feito nesses cem anos é movido para proporcionar atenção e dignidade a pessoas com transtornos mentais”, completou Sandrina Indiani, presidente do Conselho Gestor.