TECNOLOGIA

Golpes digitais evoluem: como o crime usa inteligência artificial


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A inteligência artificial deixou de ser apenas uma ferramenta tecnológica para se tornar uma nova arma nas mãos de criminosos virtuais. Deepfakes, clonagem de voz e mensagens automatizadas são usados para aplicar golpes cada vez mais realistas. Hoje, bastam alguns segundos de um áudio publicado em redes sociais para que golpistas criem imitações perfeitas da voz de alguém e usem isso para pedir dinheiro, enganar familiares ou se passar por empresas legítimas.

O avanço dessas tecnologias trouxe um novo tipo de fraude digital, mais difícil de identificar e mais perigoso para quem vive conectado. Golpes com inteligência artificial afetam tanto pessoas físicas quanto empresas, exigindo atenção redobrada, prevenção e conhecimento jurídico.

Como esses golpes funcionam

Criminosos utilizam modelos de IA generativa capazes de reproduzir vozes, rostos e estilos de escrita. Ferramentas antes restritas a especialistas hoje estão disponíveis gratuitamente em sites e aplicativos. Isso permitiu o surgimento de fraudes como:

- Clonagem de voz (voice cloning): imitação de familiares ou colegas para pedir transferências via PIX;

- Deepfakes: vídeos falsos de influenciadores, executivos ou autoridades promovendo investimentos inexistentes;

- Golpes empresariais: mensagens automatizadas que simulam setores internos para roubar dados e senhas.

Desafios na identificação e prevenção

As falsificações criadas com IA são tão convincentes que enganam até profissionais de segurança digital. Em poucos minutos, vídeos e áudios falsos se espalham nas redes, dificultando a reação. Como as falsificações criadas por IA se tornam cada vez mais convincentes, a melhor defesa é a prevenção. Veja algumas medidas essenciais:

- Desconfie de pedidos urgentes de dinheiro e confirme por outro canal;

- Evite exposição excessiva de áudios e vídeos pessoais;

- Ative autenticação multifator e senhas exclusivas;

- Verifique a origem de links e perfis antes de clicar ou compartilhar.

O que diz a lei e como agir se for vítima

O Código Penal, no art. 171, §2º-A, prevê o estelionato eletrônico, crime cometido com uso de meios digitais. Quando há falsificação de identidade ou uso indevido de dados pessoais, também se aplicam a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018) e o Código Civil, que protegem a imagem, a honra e a privacidade. Se você for vítima:

- Reúna provas: prints, áudios, vídeos, links e comprovantes;

- Comunique seu banco ou instituição de pagamento para tentar o bloqueio imediato;

- Registre boletim de ocorrência na Polícia Civil ou na Delegacia de Crimes Cibernéticos;

- Procure um advogado especialista em Direito Digital para orientação e preservação de provas.

A rapidez na denúncia aumenta as chances de identificar os autores e recuperar valores.

Fique atento!

Golpes com inteligência artificial representam a nova fronteira do crime digital. A prevenção depende de educação, cautela e informação. Nenhum pedido urgente, por mais convincente que pareça, deve ser atendido sem confirmação. A IA pode imitar uma voz, mas não substitui o senso crítico de quem age com prudência.

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