“Sou candidato à reeleição”, disse o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante agenda em Agudos (21 quilômetros de Bauru) neste sábado (9). A afirmação ocorre num momento em que ele está no centro do debate político, ideológico e eleitoral no Brasil.
Tarcísio chegou a ser criticado e não agradou a família Bolsonaro por sua tentativa de atuação no tarifaço, justamente por não se manifestar sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Porém, na última quinta-feira (7) Tarcísio esteve em Brasília e pediu autorização ao STF para visitar Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, num esforço do governador de mostrar que segue leal a seu maior padrinho político, o ex-presidente. Mesmo inelegível, Bolsonaro ainda se reafirma como o candidato da direita de 2026. Daí a declaração de Tarcísio, em Agudos, de que é candidato à reeleição ao governo estadual. Porém, Bolsonaro está inelegível e dificilmente reverterá esta condição, o que deixa a candidatura do campo Bolsonarista em aberto.
“A gente vai lutar para que a paz se restabeleça no Brasil e estaremos sempre do lado do presidente Bolsonaro”, disse o governador em Agudos. De acordo com ele, o ex-presidente está “sereno” e “tranquilo” diante do cenário político.
Questões envolvendo as eleições, porém, não foram as únicas abordadas pela imprensa durante o evento em Agudos.
Tarifaço
O governador foi questionado sobre o impacto do tarifaço para municípios do Estado de São Paulo, especialmente em Pederneiras (33 quilômetros de Bauru), que está entre os dez municípios paulistas mais afetados pela guerra comercial, segundo um levantamento do jornal Estadão.
Tarcísio disse que já adotou duas ações imediatas: liberação de até R$ 400 milhões em crédito subsidiado para empresas afetadas, com prazo de cinco anos para pagamento e um ano de carência, e antecipação de R$ 1,5 bilhão em créditos acumulados de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para exportadores.
Ele citou como exemplo a Volvo, instalada em Pederneiras, que é a maior exportadora de caminhões articulados para o mercado norte-americano. Com a nova tarifa, há risco de a produção destinada aos EUA ser transferida para a Suécia, onde a fabricante mantém operações e a tarifa é de 15%, segundo o governador. “Isso comprometeria empregos e renda na região [de Bauru]”, alertou.
Tarcísio afirmou que o governo estadual mantém contato com autoridades e governadores norte-americanos para tentar reverter as tarifas. “Temos mais de 200 anos de relação comercial. A gente precisa chegar em um bom senso para mitigar esse problema e voltar a normalidade, porque faz todo sentido, inclusive para eles, que a gente continue exportando”, disse.
O governador também tratou da substituição do radar meteorológico do IPMet, uma promessa feita a Bauru que caiu no ostracismo. Ele destacou melhorias já implementadas, como novos equipamentos em São Sebastião e Campinas, mas não prometeu uma resolução em breve para a Cidade Sem Limites. “Vamos aos poucos substituindo o nosso parque de radares. Não vamos dar prazo para não cometer nenhum tipo de equívoco”, afirmou