
O Ministério das Relações Exteriores deve prestar “todo o apoio” à família de Juliana Marins, “o que inclui o translado do corpo até o Brasil.” A determinação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Leia mais: Itamaraty não vai pagar traslado de brasileira morta na Indonésia
Juliana, natural de Niterói (RJ), estava em um mochilão pela Ásia e morreu após cair de um penhasco em Lombok. Seu caso gerou comoção e levou familiares e autoridades brasileiras a mobilizarem esforços para garantir o retorno do corpo ao Brasil.
Ele anunciou em rede social que conversou hoje (26), por telefone, com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, de 26 anos, que morreu no Monte Rinjani, na Indonésia.
"Conversei hoje [26] por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor. Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o Brasil", disse Lula em postagem publicada nas redes sociais.
Manoel Marins está na Indonésia para tratar dos trâmites de repatriação da filha. O acidente ocorreu no último sábado (21), mas a demora no resgate e as condições meteorológicas adversas na região impediram que socorristas alcançassem a jovem com vida.
O corpo de Juliana foi levado para Bali nesta quinta-feira (26), onde vai passar por autópsia. O procedimento deve esclarecer detalhes da morte.
A informação foi dada pela vice-governadora da província de West, Nusa Tenggara. Bali é uma ilha que fica ao lado de Lombok, onde está o vulcão Rinjani, onde Juliana faleceu.
A prefeitura de Niterói, cidade natal de Juliana, vai custear o translado do corpo de volta ao Brasil. O prefeito da cidade publicou na internet ontem (25) que teria assumido o compromisso depois de conversar com familiares da brasileira.
Juliana caiu da borda da cratera de um vulcão no monte na madrugada de sábado (21). O resgate só consegui alcançá-la na terça-feira (24), quando já estava morta.
Negligência
Para a família, houve negligência da equipe de resgate local. Em mensagem nas redes sociais, os familiares disseram que, se a equipe tivesse chegado ao local da queda em até sete horas após a chamada, Juliana ainda estaria viva.
Segundo o serviço responsável por buscas e resgate da Indonésia, a demora em iniciar os trabalhos de busca e salvamento no sábado ocorreu porque as equipes só foram avisadas depois que um integrante do grupo de Juliana conseguiu descer até um posto distante da queda. A caminhada durou horas.
Além disso, o deslocamento da equipe até o local também exigiu muito tempo e apenas na manhã de segunda-feira (23) os drones com sensores térmicos encontraram Juliana.
Nota da redação
Durante visita à favela do Moinho, na capital paulista, nesta quinta-feira (26), Lula também anunciou que irá revogar o decreto que impede o Itamaraty de arcar com despesas de repatriação de cidadãos mortos no exterior.
“Eu fui descobrir que havia um decreto que não permitia que o nosso Ministério das Relações Exteriores trouxesse o corpo dessa moça para cá. Aí eu fui ver, e é um decreto de 2017. Quando eu chegar em Brasília, agora, vou revogar esse decreto e vou fazer outro, para que o governo brasileiro assuma a responsabilidade de custear as despesas para trazer essa jovem de volta ao Brasil, junto à sua família”, declarou.
*Matéria atualizada às 17h57 para incluir informação sobre revogação de decreto
Conversei hoje por telefone com Manoel Marins, pai de Juliana Marins, para prestar a minha solidariedade neste momento de tanta dor. Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até o…
— Lula (@LulaOficial) June 26, 2025