EM BAURU

Profissão de corretor atrai por renda e horário flexível

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Cássia Peres/JC
Em visita ao JC, José Augusto Viana Neto recomenda que o consumidor sempre exija a credencial do corretor
Em visita ao JC, José Augusto Viana Neto recomenda que o consumidor sempre exija a credencial do corretor

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) notou crescimento significativo no número de profissionais da área, principalmente a partir da pandemia de Covid-19. O órgão cadastrava cerca de 10 mil novos corretores por ano e após esse período passou a receber uma média de 20 mil. Os principais atrativos para a profissão são a flexibilidade, os pagamentos altos e a possibilidade de se mudar de vida do dia para a noite, conforme explicou o presidente da entidade José Augusto Viana Neto em entrevista ao JC.

Apesar dos atrativos, Viana alerta que a carreira não é fácil e requer sacrifícios. "É uma profissão que exige muito. Apesar da flexibilidade, o corretor acaba trabalhando de dia, de noite, sábado e domingo. Atende quem está comprando imóvel, que geralmente é alguém bem posicionado e exigente. Precisa estar preparado", afirmou.

Ainda assim, a autonomia no dia a dia e os ganhos expressivos continuam a chamar interessados de diversas áreas — de padres a engenheiros, advogados e até médicos.

Outro ponto destacado por Viana é a transformação do perfil da profissão. Atualmente, 38% dos mais de 194 mil corretores ativos no Estado de São Paulo são mulheres. A participação feminina cresceu com força desde os anos 2000, recuou na década seguinte, mas voltou a subir com a pandemia. A tendência é que, nos próximos anos, a quantidade de mulheres ultrapasse a de homens.

A média de ganhos mensais também chama atenção. Enquanto o salário médio do brasileiro gira em torno de R$ 3.580, segundo Viana, o de um corretor de imóveis fica em R$ 7.500. "Tem gente que passa três meses sem vender nada, mas há casos de profissionais ganhando R$ 300 mil ou até R$ 500 mil num único mês", apontou.

Apesar dos números positivos, o Creci-SP ainda enfrenta problemas com a atuação ilegal de pessoas sem registro profissional ou treinamento. Uma fiscalização recente, realizada após denúncia, flagrou 13 indivíduos atuando irregularmente num plantão de vendas em Bauru. Em casos como esse, além de processo administrativo, o caso é encaminhado ao Ministério Público.

Para evitar riscos, o Creci recomenda que o consumidor sempre exija a credencial do corretor. A entidade oferece canais de denúncia no site creci.sp.gov.br e em aplicativo próprio. "A negociação de um imóvel é complexa. Envolve muitos detalhes. Se a pessoa não estiver habilitada, o prejuízo pode ser grande", alertou.

Para se tornar corretor, é necessário ter o ensino médio completo e realizar um curso técnico em transações imobiliárias, com duração média de seis meses. Escolas como as Etecs oferecem o curso de forma gratuita, tanto presencial quanto a distância.

47 anos da regulamentação do corretor de imóveis

Em sessão nesta segunda-feira (19), na Câmara Municipal de Bauru, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, celebrou os 47 anos da lei federal nº 6.530, que regulamenta a profissão no Brasil. A norma, sancionada em 1977, reorganizou a atividade, inicialmente criada em 1962 pela Lei nº 4.116.

Durante o discurso, Viana lembrou o início difícil da carreira, que antes da regulamentação contava com pouca representatividade. "O corretor de imóveis protege os interesses de ambas as partes", destacou.

Viana citou ainda que a carreira de corretor é uma das mais cobiçadas no mundo, sendo a número 1 nos Estados Unidos e a segunda mais desejada no Brasil, atrás apenas da de piloto de avião. Apesar da atratividade, fez questão de pontuar que se trata de uma atividade exigente. "É uma profissão difícil e complexa. Poucos conseguem vencer. Existe uma fantasia em torno dela, mas a realidade é diferente"

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