
À noite e com luzes apagadas, o fogo acenderá as velas que iluminarão o caminho de sacerdotes e fiéis católicos dentro da Catedral do Divino Espírito Santo, no início da Missa da Vigília Pascal, neste sábado (19). Presidida pelo bispo diocesano de Bauru, dom Rubens Sevilha, a celebração ocorre a partir das 19h e marca o fim do Tríduo Pascal, que relembra a Paixão, morte e ressurreição de Jesus.
"É uma missa diferente, muito bonita. É a única vez no ano que, na liturgia católica, se abençoa o fogo. A missa começa na área externa da Catedral com o fogo que acenderá as velas e estas iluminarão o caminho dentro da igreja, que estará no escuro, simbolizando a morte, a escuridão do mundo. Então, as luzes são acesas, simbolizando a luz de Cristo vivo, a luz que vence a morte", detalha o bispo, destacando que o momento relembra a ressurreição de Cristo e representa o ponto alto da Semana Santa. Já no domingo, ocorrem as missas nos horários tradicionais, às 7h30, 10h e 19h, que podem variar em outras paróquias. Neste dia, dom Rubens celebrará missa às 10h no Mosteiro Imaculada Conceição e São José, em Piratininga. Ele explica que a Semana Santa, iniciada no Domingo de Ramos (13), tem o objetivo de fortalecer a fé e a esperança dos fiéis. "A mensagem principal é que, mesmo diante da violência sobre Cristo, da traição, decepção, tudo vai finalizar na vida que vence a morte, no bem que vence o mal, com início de uma nova humanidade, uma nova história. Significa que, nos nossos momentos de sofrimento, de dificuldades, temos essa força de Deus, que sempre vai vencer o mal, a morte, porque a vida vence", destaca.
Ecologia e esperança
As celebrações também reforçam dois temas importantes: a ecologia integral e a esperança. Isso porque a Semana Santa também marca o fim da Campanha da Fraternidade, realizada durante a Quaresma, período litúrgico que precede a Páscoa.
E, neste ano, a campanha tem o tema "Fraternidade e Ecologia Integral" e o lema "Deus viu que tudo era muito bom", que versam sobre a necessidade de repensar as ações individuais e coletivas que afetam o planeta em um momento de crise socioambiental. "É um pedido para refletirmos sobre o cuidado com a natureza, com a sociedade, com as relações sociais, porque não bastam o ar e as águas puros, se o ser humano e os relacionamentos são impuros", comenta dom Rubens. Além disso, em 2025, a comunidade católica comemora o Jubileu "Peregrinos da Esperança", com o objetivo de renovar seu compromisso com a construção de uma sociedade justa e solidária. Os anos jubilares são celebrados a cada 25 anos e neste o papa Francisco enfatiza que, em meio a desolações como a destruição dos recursos naturais, as guerras e a violência urbana, "a esperança cristã não deve ser aguardada passivamente", mas vivida com indignação frente a situações ruins e com coragem para mudá-las. "É um tema que vem ao encontro de um momento em que a humanidade está um pouco desanimada, com sensação de um mundo em caos. Mas, nós, cristãos, temos fé, esperança porque, acima desta desarmonia, há a força de Deus, do bem que sempre vai vencer o mal", reforça.