Policiais civis da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (1.ª DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru deflagraram na manhã desta sexta-feira (21) a operação "Neun" com o objetivo de desarticular um grupo criminoso envolvido em roubos de motos em Bauru. Entre as principais vítimas, estão motoristas de aplicativos. No total, foram cumpridos seis mandados de busca e dois mandados de prisões temporárias. Um terceiro suspeito também foi identificado durante as diligências.
Segundo o delegado Marcelo Aparecido Tomaz Goes, titular da 1.ª DIG, as investigações conduzidas pela unidade levaram à identificação de L.A.P., 19 anos, e J.V.B.C., 21 anos, suspeitos de participação em cinco roubos de motocicletas e uma tentativa de roubo ocorridos na cidade entre dezembro de 2024 e fevereiro deste ano (leia abaixo). A preferência era por motoristas de aplicativos e proprietários que negociavam seus veículos.
Os dois jovens foram localizados pelos policiais civis e presos temporariamente, inicialmente por 30 dias. Após serem ouvidos, foram conduzidos à Cadeia Pública de Avaí, onde ficaram à disposição da Justiça. "Eles seriam coautores em todos os roubos e tentativa, sendo que, em dois casos, teriam agido com outros dois indivíduos, dos quais um deles foi identificado em razão das diligências desta sexta-feira", explica o delegado.
O terceiro suspeito, de 18 anos, também foi encaminhado à sede da Deic para prestar esclarecimentos em relação aos fatos apurados, e será investigado. "Com as buscas, ainda foram localizadas vestes que os investigados usaram quando das práticas criminosas. As investigações prosseguem para identificar o último integrante do grupo criminoso, bem como outras práticas criminosas da mesma natureza", revela o titular da 1.ª DIG.
Os roubos
De acordo com a Polícia Civil, os roubos praticados pela dupla presa na operação ocorreram nos dias 30 e 31 de dezembro de 2024 e 22 e 28 de janeiro e 17 de fevereiro deste ano.
No primeiro, um motorista de aplicativo foi rendido pelos dois suspeitos na avenida Adnan Shahateet, no Residencial Parque Santa Cecília, depois de ser acionado para o transporte de um passageiro. Ameaçado com arma de fogo, foi obrigado a entregar a moto e teve o celular danificado.
No dia seguinte, na rua Evandro Ruivo, no Jardim Estoril, um motorista de aplicativo também foi abordado pelos criminosos após ser acionado para transportar passageiro. Um deles aproximou-se, segurou o guidão, disse "perdeu" e apontou arma de fogo para a vítima, enquanto o segundo a obrigou a descer e entregar sua moto.
No dia 22 de janeiro, após anunciar a venda de sua motocicleta, um homem foi surpreendido por quatro indivíduos em duas motos. Dois deles se passaram por supostos compradores. Ao perceber que se tratava de um assalto, a vítima conseguir fugir.
No dia 28 do mesmo mês, na rua Matilde Fraga Moreira de Almeida, na Vila Rocha, um jovem foi abordado por dois homens a pé e outros dois em uma moto enquanto aguardava sua namorada embarcado em sua CG 150 Titan. Mediante ameaça de morte, ele também foi obrigado a entregar sua moto e celular. O veículo foi localizado abandonado posteriormente por policiais militares.
No mesmo dia, no cruzamento das ruas Antônio Burgo e Augusta Karg, na Vila Aviação, um mototaxista que estava trabalhando foi abordado por quatro suspeitos em duas motos, um deles armado, e teve a sua moto roubada.
Repercussão
O último caso, de maior repercussão, ocorreu no dia 17 de fevereiro. Na ocasião, um jovem de 21 anos foi cercado por dois homens armados com faca após deixar a sua namorada em frente a um condomínio no Jardim Ferraz e teve a sua Honda CG 160 Titan vermelha roubada.
A ação foi gravada por uma câmera de segurança e as imagens ganharam as redes sociais. Dois dias depois, após a repercussão, a moto foi encontrada abandonada em uma estrada de terra nas proximidades da avenida Comendador José da Silva Martha, no Jardim Ouro Verde.