LENDA VIVA

Luciano Dias Pires, 'Guardião da Nossa História', é homenageado

da Redação
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Divulgação
Helena e Luciano Dias Pires
Helena e Luciano Dias Pires

O jornalista Luciano Dias Pires, 97 anos, foi o grande homenageado do 1º Prêmio Royal de Jornalismo, cuja festa de revelação dos contemplados ocorreu na última quarta-feira (12), no Bento Bar, em Bauru. Ele foi agraciado com o Prêmio Honorário, atribuído pela imprensa da cidade (organizadora do evento), por suas inúmeras e inestimáveis contribuições ao jornalismo e à história bauruense.

Ao ler um texto em sua homenagem, o diretor de jornalismo do JC/JCNET, João Jabbour, atribuiu-lhe o codinome "Guardião da Nossa História", em referência à paixão e ao trabalho de Luciano em prol da preservação da memória bauruense através da imprensa e outras atividades culturais.

Durante décadas, Luciano produziu e editou o suplemento Bauru Ilustrado, encartado mensalmente no Jornal da Cidade, de 1974 a 2020, quando a pandemia interrompeu sua circulação, entre outras.

O jornalista é autor de outras preciosas colaborações com a imprensa e a história da cidade, através de atividades em diversos veículos de comunicação, debates, palestras, museus etc.

Feliz e muito bem de saúde, Luciano esteve presente acompanhado da esposa Helena e da filha Lúcia Helena. Recebeu o prêmio das mãos de Jabbour e do fotojornalista Flávio Guedes.

TRAJETÓRIA

Nascido em Botucatu e filho de jornalista, Luciano se mudou para Bauru aos dois anos de idade. Estudou no grupo escolar Rodrigues de Abreu e depois no Guedes de Azevedo.

Trabalhou em muitas empresas, inclusive nas Casas Pernambucanas. Aliás, Luciano deve ser o ex-funcionário das Pernambucanas mais antigo do Brasil, atualmente. Por essa e por muitas outras, Luciano Dias Pires tem autoridade para narrar a história. Porque viveu a história. Porque faz parte da história.

Seus caminhos passaram pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) onde, literalmente, também fez história. Luciano é, portanto, uma testemunha ocular da história. E isso é para poucos. Muito poucos...

De lá para cá, atuou em várias rádios, Diário de Bauru, Diário de São Paulo, onde obteve seu primeiro registro de jornalista, até criar o Bauru Ilustrado, em 1974.

Em seu discurso, no dia da entrega, Jabbour afirmou: "Aprendi com Luciano. Foi com ele que eu soube, há anos, acho que décadas já, numa conversa lá no Café com Política, no Jornal da Cidade, da ardilosa 'manobra do relógio' feita por vereadores de Bauru e que resultou na mudança da sede do município de Espírito Santo da Fortaleza para o então distrito de Bauru, em 1896. Uma 'adiantadinha' estratégica no relógio e o município de Bauru foi criado".

Enfim, um homem da história que também tem muitas histórias pessoais para contar, daquelas que a gente passa horas ouvindo, calados, de boca aberta, sem perceber o tempo passando. E, de fato, o tempo parece não passar para ele. São cúmplices: um preserva o outro. Coisa de historiador/memorialista...

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