DISCUSSÃO

Temporal expõe problema urbano de arborização e mobiliza Câmara

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação
Chuva forte derrubou árvores em vários pontos da cidade
Chuva forte derrubou árvores em vários pontos da cidade

Após a queda de mais de 150 árvores e interrupção no fornecimento de energia elétrica em inúmeras regiões de Bauru durante o temporal registrado na noite do último sábado (15), uma audiência pública será realizada na Câmara Municipal para discutir quais medidas precisam ser adotadas para evitar que problemas desta magnitude continuem ocorrendo na cidade. O encontro, chamado pelo vereador Júnior Rodrigues (PSD) e do qual deverão participar representantes da CPFL, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) e DAE, foi agendado para 23 de abril.

Durante o uso da tribuna na sessão legislativa desta segunda-feira, o parlamentar afirmou que muitas árvores derrubadas poderiam ter sido poupadas se o programa "Arborização Segura", convênio firmado entre a CPFL e a Semma, tivesse sido devidamente implantado. "Já são quatro anos com baixos resultados. No papel, a concessionária se propõe a remover as árvores comprometidas, restaurar a calçada das pessoas e plantar novas mudas, adequadas ao ambiente urbano. Na prática, das 1.200 árvores apontadas pela CPFL, apenas 150 receberam o aval da Semma para supressão", lamenta.

Rodrigues relata ter sido informado de que Bauru possui o pior desempenho entre os municípios contemplados pelo projeto e, diante deste resultado, está prestes a perder o convênio. Em nota, a secretaria informou que os exemplares não foram removidos em sua totalidade porque parte está em imóveis particulares, dependendo da autorização dos proprietários para a execução do serviço.

Já em relação às árvores que oferecem risco à rede de transmissão, acrescentou que sugere à CPFL, de acordo com cada caso, a poda ou a supressão com reposição da unidade por uma de porte baixo. A concessionária, por sua vez, argumentou que a responsabilidade pela gestão da vegetação em Bauru é da prefeitura, cabendo à distribuidora podas quando há risco de acidentes com a população ou ao fornecimento de energia, bem como ações preventivas por meio do "Arborização Segura".

PLANO

A prefeitura também destacou ter aberto licitação para contratar uma empresa que irá elaborar o Plano Diretor de Arborização Urbana. Serão ao menos 13 reuniões públicas, nas quais a população terá a oportunidade de opinar sobre o tema. Após essa etapa, o plano deverá ser desenvolvido em até 12 meses.

Além da queda de árvores, a extensão da cidade atingida pela interrupção no fornecimento de energia elétrica durante a chuva de sábado também impressionou. Foram mais de 90 pontos, o que demandou a mobilização de equipes da CPFL de Bauru, Lins, Ribeirão Preto, São Carlos, Araçatuba, São Pedro, Piracicaba e Sumaré.

De acordo com a concessionária, a situação foi normalizada no domingo, com prioridade aos serviços essenciais, incluindo as unidades de abastecimento de água. Ao todo, segundo o DAE, 16 poços e quatro reservatórios de água, além das bombas de captação da lagoa do Rio Batalha, pararam de funcionar durante a forte chuva e, até a tarde desta segunda-feira, imóveis localizados em regiões mais altas da cidade podiam ter torneiras com oscilações na pressão de água.

"O DAE segue aprimorando seus sistemas de monitoramento, acionamento e proteção para reduzir impactos causados por oscilações elétricas. A autarquia conta com a tecnologia de telemetria, que possibilita o acompanhamento em tempo real da operação dos sistemas, permitindo uma resposta mais rápida a interrupções e a adoção de medidas corretivas com maior agilidade", acrescenta, em nota. Júnior Rodrigues lembra que a autarquia tem relatado a ocorrência de quedas frequentes no fornecimento de energia, que estariam comprometendo o abastecimento de água em diversos bairros, inclusive com a queima de bombas até mesmo em dias sem chuva.

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