COLUNISTA

Quem é este Jesus que celebramos no Natal

Por Hugo Evandro Silveira |
| Tempo de leitura: 4 min
Pastor Titular - Igreja Batista do Estoril

Aparentemente simples, esta pergunta é, na verdade, crucial. Uma interpretação errônea pode resultar em graves consequências na vida de qualquer pessoa. O próprio Senhor Jesus reconhecia essa importância ao questionar os discípulos: "...Quem os outros dizem que o Filho do homem é?" (Mateus 16.13). As respostas foram variadas: "Eles responderam: 'Alguns dizem que é João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, Jeremias ou um dos profetas'" (Mateus 16.14). As percepções sobre Cristo eram diversas, mas nenhuma delas correspondia à realidade.

Hoje, assim como no passado, muitos ainda carecem de uma compreensão autêntica de Jesus Cristo. Isso não se limita apenas às pessoas fora da igreja; muitos que se consideram cristãos possuem visões distorcidas de Jesus de Nazaré. Com frequência, essas visões são superficiais, influenciadas por opiniões humanas, politicamente corretas, mas distantes da verdade bíblica. Para alguns, Jesus é apenas um homem evoluído, um exemplo a ser seguido, um espírito de luz, uma vítima de injustiça, ou um símbolo de humildade e pureza. Essas concepções, embora populares, são tão limitadas que limitamos Jesus a um mito, em vez de considerar Sua verdadeira identidade.

Jesus indagou seus discípulos: "Quem vocês dizem que eu sou?" (Mateus 16.15). Talvez se Jesus fizesse essa pergunta novamente hoje, muitos poderiam ficar sem resposta. Pedro, inspirado pelo Espírito Santo, respondeu de forma assertiva: "...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16.16). O próprio Senhor afirmou: "Todas as coisas foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar" (Mateus 11.27). A verdadeira compreensão de Cristo é dada pelo Pai, que conhece o Filho; da mesma maneira, o conhecimento do Pai só é possível através da revelação do Filho. Neste contexto, encontramos algo extraordinário: Jesus Cristo é a manifestação visível do Deus Eterno, a revelação plena do Pai. A resposta inspirada de Pedro - não oriunda de julgamento humano ou intelectual. Logo Jesus é o Cristo, ou seja, o Messias prometido nas Escrituras. O termo Cristo () deriva do hebraico Ma ( - Messias), que significa "Ungido". Portanto, Jesus é seu nome histórico, enquanto Cristo é seu nome profético. Jesus não é apenas um homem comum, um iluminado ou algo do tipo. Ele é a realização das profecias como em Jeremias 33.15. Em Isaías 7.14 Ele é o Emanuel prometido; a semente da mulher de Gênesis 3.15; o descendente de Abraão em Gênesis 12.3; o Rei que viria da tribo de Judá em Gênesis 49.10; o herdeiro do trono de Davi de Isaías 9.7, 11.1-5; o Profeta prometido por Moisés em Deuteronômio 18.15; o Sacerdote da ordem de Melquisedeque no Salmo 110.4 e o Servo sofredor de Isaías 53.

Além disso, Jesus também é o Filho de Deus. Essa foi uma afirmação que chocou os judeus, pois implicava que Ele próprio era Deus. Quando o Sumo Sacerdote questionou sobre sua apresentação, Jesus declarou: "Tu mesmo o disseste. Mas eu digo a todos vós: Chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu" (Mateus 26.64). Essa resposta foi vista como blasfêmia. O mesmo ocorreu quando Ele disse: "Eu e o Pai somos um" (João 10.30); tal afirmação sobre Sua convicção levou os judeus a tentarem apedrejá-lo porque isso era uma afirmação enfática sobre a divindade de Cristo.

Jesus era verdadeiramente o que afirmava ser, não um iluminado ou um ser de luz, mas Deus e Filho de Deus. Em várias passagens, como João 8.58, Ele se identifica como "EU SOU", o que levou os judeus a quererem apedrejá-lo por blasfêmia. Em sua oração, Jesus pede para ser glorificado com a glória que tinha antes da criação do mundo (João 17.5). Ele reivindica prerrogativas divinas (Mateus 25.31-46) como perdoar pecados (Marcos 2.5), e ressuscitar mortos (João 5.21,29) e afirma que honrar o Filho é honrar o Pai (João 5.23).

Quem é este Jesus que celebramos no Natal? Ele é o Filho de Deus, que é divino e eterno, o Criador supremo, o Verbo que se fez carne e que é digno de nossa adoração e veneração. Jesus Cristo é a revelação plena de Deus, a encarnação de Sua glória. Portanto, não o considere apenas como um exemplo iluminado, mas como Aquele que é "...o brilho da glória de Deus e a representação exata de Seu ser, sustentando todas as coisas pelo poder da Sua palavra..." (Hebreus 1.3).

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