"3ª Noite Italiana" de Bauru, que será realizada no Alameda, no próximo sábado (12), contará com a presença vibrante e sempre alto astral de Tony Angeli, considerado o maior cantor de música italiana do Brasil. Com 64 anos de palco, ele garante que cada apresentação é como se fosse a primeira. "Cada show é único. Já é a minha 3ª vez em Bauru e sempre foi muito legal, o público é maravilhoso. Nos divertimos, eles cantam mais do que eu", afirma. O cantor vê na música uma possibilidade de cultivar alegria.

Para ele, o impacto da imigração italiana na cultura brasileira está entre os motivos de ele ter se encontrado no País verde e amarelo. Brasileiros e italianos se assemelham na espontaneidade e no falar alto, por exemplo. Isso sem falar na proximidade das línguas, ambas latinas, o que ajuda o brasileiro a entender as letras das canções que compõem seu repertório - músicas italianas tradicionais, animadas e românticas.

"Tenho que agradecer sempre o carinho e a animação com que o público brasileiro me recebe. Tento retribuir essa gentileza. Eu adoro o que faço e nunca saio de casa pensando 'vou cantar determinadas músicas, ganho meu dinheiro e volto'. Ao contrário, quando tenho um show marcado, já acordo concentrado", ressalta. Tony jamais fez aulas de música e afirma que o canto sempre veio de forma natural. Sua presença de palco, uma característica marcante dele, sofreu fortes influências de um mentor bem famoso: Silvio Santos.

APRESENTADOR

O cantor participou por 2 anos do programa - "Os galãs cantam e dançam aos domingos" - apresentado por Silvio Santos, na década de 60. Tony explica que ele era um dos doze cantores escolhidos para o quadro e afirma que Silvio era um mestre em comunicação. "Ele foi um professor para nós. Copiávamos as interações dele e o jeito de tratar o público. Quem não se espelhou no Silvio, perdeu uma oportunidade. Uma vez, nos bastidores, ele nos disse: 'O cantor tem que entrar no palco de cabeça erguida, sorrindo e com os braços abertos, abraçando a plateia. É assim que o artista tem que se apresentar", relembra.

BAGAGEM

A experiência de 6 décadas faz com que os shows de Tony sejam únicos e animados. A conexão com o público não acontece por acaso. "Nunca sabemos o que esperar da plateia. O perfil varia de um lugar para outro. São os primeiros 10 minutos que vão definir o show. Não tem como fazer um roteiro: é preciso analisar a reação das pessoas e, partir daí, decidir como a apresentação vai ser".

O primeiro contato dele com a música foi em Bassano del Grappa, na Itália, quando tinha 11 anos, em um festival infantil. Ele conta que sentiu tanto medo do palco que falou em nunca mais cantar. A questão foi superada aos 19 anos, quando sua família já tinha emigrado para o Uruguai, na década de 50. Por lá, um amigo o recomendou para um empresário e, então, sua carreira começou. Participou de banda a comédias musicais em programas de televisão.

Essa trajetória o levou para a Argentina, onde também se apresentava em uma comédia musical. Lá foi descoberto por um empresário brasileiro que o incluiu no programa "Jovem Guarda" da TV Record apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.

Assim, em 1966, ele se mudou de vez para o Brasil e as contratações em programas de televisão continuaram, passando pela TV Excelsior, Globo e SBT. Após o primeiro programa com Silvio Santos, ele também foi júri no show de calouros da emissora. Hoje, Tony mora com sua esposa em Itapira (SP), onde mantém hobbies como gastronomia e fabrica seus próprios vinhos - processo que aprendeu na infância com o avô. O cantor afirma que o segredo para manter a animação e a energia aos 82 anos é não se preocupar tanto. "Todos nascemos e vamos morrer. Temos que nos preocupar menos, porque as coisas se resolvem, além de uma boa alimentação, um bom sono, uma taça de vinho e fazer o que você gosta".

INgressos e informações no Alameda, no www.igressosalameda.com.br e pelo fone 99651-5050