FALTA DE ÁGUA

Suéllen acusa oposição de mau-caratismo; adversários rebatem

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Bruno Freitas
Lagoa melhorou um pouco ontem, mas segue com pouca água. Sobre a falta de água: Suéllen acusa oposição de mau-caratismo e adversários rebatem
Lagoa melhorou um pouco ontem, mas segue com pouca água. Sobre a falta de água: Suéllen acusa oposição de mau-caratismo e adversários rebatem

No pior final de semana (leia mais nesta página) desde o início do racionamento de água em Bauru, em maio de 2024, a prefeita Suéllen Rosim (PSD) sugeriu em vídeo publicado nas redes sociais que há pessoas com mau-caráter usando a crise hídrica para auferir ganhos eleitorais, ao que adversários da mandatária rebateram.

No vídeo, Suéllen exibiu caminhões-pipa que o Departamento de Água e Esgoto (DAE) contratou emergencialmente para suprir parte do desabastecimento e disse que seu governo foi quem mais investiu no combate à falta de água no município.

"É duro que tem muita gente utilizando isso [a falta de água] em período eleitoral. Eu costumo dizer que é gente mau caráter", afirmou a prefeita na publicação - amplamente comentada na sessão da Câmara desta segunda-feira (16).

"Falar a verdade, prefeita, sobre a crise hídrica, mostrar os erros e as omissões, o que foi prometido e não cumprido, não é mau caratismo. É a realidade que vivenciamos em Bauru e pronto acabou. 130 mil pessoas não têm água. É mentira?", indagou o vereador Coronel Meira (Novo) em discurso na tribuna.

"Mau caráter é quem usa da fé para enganar as pessoas. É aquele que mora em mansão sem recursos próprios para tanto. É quem promete saúde de qualidade enquanto as pessoas morrem nas filas [por vagas]", acrescentou Meira, também candidato a vice-prefeito na chapa com Chiara Ranieri (União Brasil).

Além de Meira, outros vereadores de oposição também criticaram a declaração da mandatária sem que um único parlamentar da base do governo rebatesse.

"É desespero. Aí começa a atacar. Há mais de 100 mil pessoas sem água e todos os vereadores aqui recebem mensagens diariamente. Tem gente há oito dias sem água", observou Júnior Lokadora (Podemos). "Nunca assumiram o erro", complementou.

Para Estela Almagro (PT), "passaram quatro anos sem debater meio ambiente e sem se preparar [para a crise hídrica] e agora criam força-tarefa. Para quê? Contratos emergenciais?". "Não pode atribuir a crise hídrica somente à falta de chuva, não. Vai ter que pôr São Pedro para presidir o DAE?", acrescentou, apontando à ausência de planejamento ao setor.

Locais abastecidos ficam sem água ante seca inédita na captação

Sem outros reservatórios que não a lagoa de captação do Rio Batalha - única responsável pelo abastecimento de 27% da população de Bauru -, parte da região que depende da lagoa ficou sem água na última semana até domingo (15) mesmo nos dias contemplados pelo racionamento hídrico.

Neste final de semana, por exemplo, telefones e redes sociais do Jornal da Cidade e do JCNET receberam um número elevado de apelos e reclamações de moradores de regiões que fazem parte do rodízio de água em Bauru e que deveria estar sendo abastecidas anteontem, ontem e hoje, mas não foram.

Há relatos de falta de água nos dias de abastecimento desde o início da semana. Mensagens chegam com tom de desespero e informam que as reservas em caixas d'água se esgotaram há dias e os moradores não conseguem falar com o DAE.

Em nota, o DAE afirmou que a "escassez hídrica do Rio Batalha tem se intensificado, impossibilitando a captação ininterrupta de água e afetando o abastecimento nas regiões em rodízio" e pediu "compreensão e colaboração dos consumidores para que economizem água, priorizando alimentação e higiene pessoal".

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