OPINIÃO

Importância do setor sucroalcooleiro paulista para o meio ambiente

Por Margret Althuon e Monica Landi | 12/03/2024 | Tempo de leitura: 2 min

As autoras são pesquisadoras do Núcleo de Gerência de Economia (Gecon) da Fundação Seade

Um recente levantamento apresentado pela Fundação Seade revelou que 32,7% da matriz energética do Estado de São Paulo provém de derivados da cana-de-açúcar, principalmente nas regiões Noroeste, Centro-Sul e Oeste do território paulista. O setor sucroalcooleiro é ainda matriz essencial para produção de energia limpa e certamente deve contribuir com a transição da eliminação do carbono, conforme rege a pauta ambiental global.

Reforçando a liderança paulista na produção nacional de cana-de-açúcar e etanol na safra 2020/2021 (54,2% e 44,4%, respectivamente), a pesquisa do Seade evidencia a importância que o setor sucroenergético paulista pode assumir na agenda de descarbonização em curso no país.

O setor sucroalcooleiro responde por quase 40% das exportações agrícolas do Estado de São Paulo. Em 2023, as vendas externas do agro paulista atingiram o recorde de US$ 28,39 bilhões. Desse total, US$ 10,76 milhões foram do setor canavieiro, com embarques de açúcar e álcool, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), órgão da Secretaria de Agricultura de São Paulo.

Com efeito, a participação da biomassa, principalmente a decorrente da produção de açúcar e etanol (bagaço, palha da cana-de-açúcar, vinhaça e torta de filtro), e os subprodutos de maior valor agregado, como etanol de segunda geração, biogás/biometano, hidrogênio verde e combustível sustentável de aviação (SAF), representam novas frentes de crescimento para o desenvolvimento do Estado de São Paulo nesse processo de transição energética pelo qual passam o Brasil e o mundo.

A relevância do setor sucroalcooleiro para a economia paulista é reforçada pela sua liderança na produção de açúcar, com participação em 2021 (último dado da pesquisa) de 20,5% no Valor de Transformação Industrial (VTI) da agroindústria paulista, acrescida de 8,8% da produção de biocombustível (praticamente etanol).

Em um momento de transição energética, o avanço na exploração de subprodutos de maior valor agregado, já em curso na cadeia paulista do setor sucroalcooleiro, se apresenta, certamente, como peça-chave para a expansão de novos eixos de desenvolvimento sustentável no Estado de São Paulo.

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