O vereador bolsonarista Eduardo Borgo se utilizou deste painel de debates para vociferar uma opinião supostamente política desprovida de quaisquer parâmetros históricos ou teóricos. Vomitou seu ódio a Lula, mas não demonstrou nenhum conhecimento para sustentá-lo. Só ódio. De início, achei pouco provável encontrar ânimo para contrapor, mas o chamado à responsabilidade se somou ao amor pelo debate. Alguns dados precisam trazer luz a esse diálogo.

Em 4 meses o governo de extrema-direita de Israel assassinou 30.000 civis palestinos, dos quais 21.000 são crianças, mulheres e idosos.

Forçaram o deslocamento de praticamente toda a população da Faixa de Gaza para Rafah. Nesse local, que tinha 350 mil moradores, foram amontoados mais 1,4 milhões de palestinos vivendo em tendas. Israel anunciou que iria bombardear Rafah, transformando-a em um campo de extermínio a céu aberto.

O mundo finalmente decidiu que esse massacre não pode ser realizado. Como Lula tem estatuto reconhecido de Estadista na comunidade internacional, inclusive por seu trabalho de décadas para promover a Paz na Terra, ele foi escolhido para dar o recado a Israel de que a matança em Rafah não seria tolerada.

Tanto é assim que nenhum chefe de Estado das democracias europeias fez qualquer ressalva ao pronunciamento que Lula fez na 37ª Cúpula da União Africana. Mostrar que, mais uma vez, o Brasil faz esforços reais para salvar qualquer parcela indefesa da humanidade.

Mas aqui em Bauru, estarrecidos, vimos um vereador se pronunciar contra a Paz, contra o esforço não só do Lula, mas da comunidade internacional civilizada. Esse senhor da guerra bauruense não tem o mínimo pudor de se mostrar adepto do governo de Israel, que as mãos atoladas no sangue de milhares de crianças e mulheres palestinas.

Existe um projeto transnacional em curso, esse projeto visa o domínio, o controle de territórios, povos, riquezas e a extinção de determinados grupos. Os judeus, que já foram vítimas, hoje são usados para em avançar nessa guerra imperialista que está exterminando o povo palestino e encurralando para a morte de milhares de civis indefesos/as.

A história que já julgou o Holocausto está em curso e também está atrasada para milhares de vidas ceifadas barbaramente pelos bombardeios em Gaza. O que o presidente brasileiro fez e não foi questionado pela comunidade internacional, é ser incisivo no basta que as nações sinalizam para Israel frente ao massacre em curso.

Essa insana investida de Israel está longe de representar os interesses judeus e nada tem a ver com o Cristianismo, como se é vinculado entre o senso comum brasileiro. É mais uma página que exemplifica o quanto alguns homens tem sido bárbaros, intolerantes, impiedosos em seus projetos de poder.

Infelizmente, o parlamentar que me antecedeu nesta tribuna não foge a esta regra.