OPINIÃO

Rememorando o ‘Sonho de um eleitor bauruense’

Por Reinaldo Cafeo | 28/12/2023 | Tempo de leitura: 4 min

O autor é diretor regional da Ordem dos Economistas do Brasil

Em 12 de novembro de 2020, na expectativa de dias melhores para nossa querida Bauru, eu escrevi o artigo aqui neste espaço com o título "Sonho de um eleitor bauruense". Chegando 2024, pensei em remorar este sonho, posto que, à época, o eleito vice-prefeito, dr. Orlando Costa Dias, me disse pessoalmente que também era seu sonho e que seria realizado.

O texto, na integra, é o seguinte: "eu sonhei com as eleições municipais. Sonhei que os eleitos para governar a cidade nos próximos quatro anos se debruçariam para estabelecer um planejamento estratégico de curto, médio e longo prazos. Neste sonho seria traçado o mapa estratégico, a análise do ambiente interno e externo, e teríamos um mapa de indicadores de desempenho. Meu sonho viu as propostas do Codese norteando o planejamento de longo prazo da cidade. Neste particular sonhei com o Instituto de Planejamento.

Também sonhei que os novos administradores da cidade estabeleceriam, juntamente com sua equipe, planos de ação, nos quais seria dada publicidade do que pretendiam realizar, por quê iriam fazer, quem iria realizar, em qual prazo e quanto seria o custo/benefício daquela ação. No sonho minha imaginação foi tão fértil que vislumbrei tudo isso sendo controlado em tempo real, com a acesso irrestrito aos cidadãos. Sonhei que os novos dirigentes da nossa cidade tinham finalmente traçado um plano consistente para equacionar o problema da Cohab.

Neste sonho vislumbrei um trabalho que apontasse legalmente qual é o melhor formato para liquidar a Companhia e qual a estrutura mínima, menos onerosa, para que isso fosse cumprido. Meu sonho foi além, imaginou um profissional liquidante, apolítico, apartidário e focado nos resultados que mais favorecessem a cidade.

Foi um sonho longo, confesso, nele eu via um DAE administrado por um técnico que inicialmente reestruturasse a gestão da autarquia, também com indicadores. No sonho veio até o plano de águas, inclusive com os passos a serem seguidos para reduzir a perda de água no sistema e ainda o DAE dando publicidade de qual cronograma irá cumprir durante os quatro anos e qual legado deixará para o próximo gestor da cidade.

Vi o DAE com um plano para a estação de tratamento de esgoto.

Nele estabelecia um grupo gestor da atual obra, com profissionais multidisciplinares, com acompanhamento diário do cronograma e a população podendo acompanhar o andamento do mesmo em tempo real. Tinha até a data de inauguração - dezembro de 2021, e mais importante o DAE: já tinha enviado projeto para gestão futura da estação.

O sonho foi além: reinventou a Emdurb. Ela passou a ser enxuta, produtiva, e pasmem, prestando serviços a terceiros. Sonhei que a tecnologia da informação seria prioridade da gestão pública. Todos os sistemas de informática interligados, com BI (Business Intelligence) fazendo o cruzamento das informações. Sonhei com a criação do fundo para abrigar as contrapartidas dos empreendimentos e um comitê que traçasse as prioridades para uso desse dinheiro. Sonhei que a área central teria foco em assentamento humano e que finalmente teríamos um centro da cidade a altura da representatividade da cidade na região.

Falando em região me lembrei que sonhei com a usina regional de tratamento de lixo. Sonhei que a Sebes teria não somente o cadastro detalhado dos vulneráveis, como também trabalharia com indicadores que permitissem a mobilidade social. Sonhei que nossas escolas estavam equipadas com o que é de mais moderno para o ensino/aprendizagem. Sonhei com o uma Secretaria de Desenvolvimento Econômico focada em ciência, tecnologia e inovação. Sonhei com os convênios com as universidades locais.

Sonhei que o atendimento de saúde a população estava impecável. Que foram firmados convênios com a iniciativa privada e tudo que o setor público não fosse capaz de atender, este convênio atenderia.

Sonhei que os cidadãos teriam em suas mãos um aplicativo que seria o canal direto com a prefeitura, gerando suas demandas, com controle em um grande painel. Sonhei que todas as secretarias estariam integradas e houve aumento na arrecadação porque finalmente fomos eficientes na arrecadação tributária. Sonhei que as pessoas estariam abertas a discutir custo/benefício das Parcerias Público Privadas, sonhei ainda que o legislativo municipal seria independente, fiscalizador e que nosso conjunto de leis fosse atualizada.

Sonhei com tanta coisa, que faltou espaço para escrever, mas me lembro que antes de acordar o sonho indicou que meu desejo é que o novo comandante da cidade fosse uma pessoa proba, aberta ao diálogo, sem vaidades, e com perfil gestor, que governasse para todos, e tivesse a sensibilidade para atender os mais necessitados e se possível sem pensar em reeleição.

Agora rezo para que meu sonho se torne realidade. Quem sonhou ao menos parte do que eu sonhei?". Passados praticamente 37 meses deste artigo, faltando um ano do mandato do Executivo Municipal, vale a reflexão se este sonho, também sonhado pelo vice-prefeito, como mencionado acima, foi realizado ou está em vias de.

Felizmente é possível a cada quatro anos que o eleitor reflita sobre quem efetivamente é capaz de fazer desta amada Bauru um lugar com qualidade de vida aos seus cidadãos e com eficiência e eficácia em gestão.

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