ENEM 2023

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Enem 2023: Modelos prontos de redação podem atrapalhar desempenho de estudantes e afetar

Enem 2023: Modelos prontos de redação podem atrapalhar desempenho de estudantes e afetar

Modelos de redação ‘milagrosos’ propostos por professores nas redes sociais após divulgação do tema comprometem alunos, alertam professores

Modelos de redação ‘milagrosos’ propostos por professores nas redes sociais após divulgação do tema comprometem alunos, alertam professores

Por João Victor Teófilo | 09/11/2023 | Tempo de leitura: 4 min

Por João Victor Teófilo


09/11/2023 - Tempo de leitura: 4 min

Divulgação

Enem deste ano, que aconteceu no último domingo (5) e recebe sua segunda etapa neste domingo (12)

Mais de 3 milhões de estudantes do Brasil todo realizaram, no último domingo (5), a primeira parte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, respondendo a 90 questões de duas áreas do conhecimento: Ciências Humanas e suas tecnologias, e Linguagens e suas tecnologias, além, claro, da redação.

Temida por muitos candidatos, a redação tem pontuação de 0 a mil e obter um bom resultado pode ser um diferencial para o candidato. Neste ano, o tema, que sempre é uma surpresa, se voltou para as mulheres e teve como temática a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.

Para Leila Felipini, professora do curso de Letras e Tradução no Centro Universitário do Sagrado Coração (Unisagrado), em Bauru, e mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, o tema deste ano é bastante significativo e contempla uma realidade até o momento pouco discutida.

“Trazer essa temática para o Enem demonstra a intenção de que temáticas como essa sejam mais discutidas e que esse tipo de trabalho, em específico, deixe de ser ignorado pela nossa sociedade”, afirma.

Para Rosilene Bombini, professora de Letras no Unisagrado e integrante da Comissão Assessora Especial das Licenciaturas (CALIC), do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o tema é importante e segue o padrão de anos anteriores, já que é pouco discutido. No entanto, é justamente pela invisibilidade que é tão necessário pensar a respeito.

“A mulher sempre fez o trabalho de cuidado, desde sempre, detém essa "missão" de cuidar dos filhos, dos pais, enfim... da família. E não é algo que se reconhece”, avalia Bombini. “Assim, refletir sobre esse tema torna-o público, enfatiza a necessidade de reconhecimento desse ‘trabalho invisível’, e até de uma política pública que se dedique a essa causa”.

Não é segredo que, para se sair bem na redação do Enem, o aluno precisa estar preparado e devidamente treinado para que o desempenho seja satisfatório. No entanto, é necessária muita prudência no processo de estudos, especialmente no mundo digital, onde diversos professores, grandes escolas preparatórias e empresas de correção de redação prometem, nas redes sociais, fórmulas milagrosas e roteiros prontos para uma pontuação acima da média. Sem os cuidados necessários, o resultado pode ser frustrante.

Nayane Mensato, professora de Língua Portuguesa para alunos em fase de vestibulares e especialista em gestão educacional, afirma que, quando o tema é divulgado, profissionais da área aguardam ansiosamente para comentarem e, muitas vezes, detalham modelos do que é esperado do aluno. Porém, alguns modelos desconsideram fatores importantes, como a não formação dos alunos, o suporte das redes de pesquisa, o tempo hábil e a não pressão de prova. Para ela, é neste ponto que mora a irresponsabilidade desses profissionais, que pode afetar até mesmo a autoestima de alunos após a prova, quando estes procuram por modelos para verificar se, de fato, a redação que escreveram estava dentro do ‘esperado’.

“Quando o aluno sai da prova e lê esse apanhado de modelos prontos, acaba, muitas vezes, não se reconhecendo, questiona-se se partiu do ponto certo, se usou os melhores repertórios, enfim, geram-se inseguranças que não são, em nenhum momento, positivas aos vestibulandos”, afirma Mensato. “Além disso, ao lerem comentários, modelos feitos pelos próprios cursos e/ou professores o aluno se vê em dúvidas, desiste no meio do caminho e muitos não chegam a sequer prestar a prova no segundo dia de aplicação”.

Ainda segundo a professora, ao focar apenas em modelos prontos, sem regras de maleabilidade expressiva, o aluno deixa a criatividade de lado, assim como a liberdade de expressão e a capacidade de governar-se pelos próprios meios, o que não é recomendado e passa longe dos resultados esperados pelos alunos.

“Toda redação preza pela autonomia do aluno. Ele tem liberdade de escolher os argumentos nos quais se basearão. Cada aluno é um ser único, cada aprendiz pode ter sua redação bem avaliada quando escolhe os caminhos que quer seguir, obviamente dentro dos parâmetros exigidos na frase temática e regras dispostas no edital”.

Mensato avalia que uma forma de se obter um bom resultado na redação é conhecer bem o estilo da prova, além de fazer leituras de repertório sociocultural durante o percurso de estudos.

“O Enem é uma prova que exige do aluno, além do conhecimento adquirido ao longo do ensino médio, muita calma e inteligência emocional”, finaliza.

Independentemente da prova, manter a calma para organizar as ideias, treinar a escrita e aprender com os erros são passos fundamentais para escrever uma redação ideal.

Mais de 3 milhões de estudantes do Brasil todo realizaram, no último domingo (5), a primeira parte do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, respondendo a 90 questões de duas áreas do conhecimento: Ciências Humanas e suas tecnologias, e Linguagens e suas tecnologias, além, claro, da redação.

Temida por muitos candidatos, a redação tem pontuação de 0 a mil e obter um bom resultado pode ser um diferencial para o candidato. Neste ano, o tema, que sempre é uma surpresa, se voltou para as mulheres e teve como temática a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.

Para Leila Felipini, professora do curso de Letras e Tradução no Centro Universitário do Sagrado Coração (Unisagrado), em Bauru, e mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, o tema deste ano é bastante significativo e contempla uma realidade até o momento pouco discutida.

“Trazer essa temática para o Enem demonstra a intenção de que temáticas como essa sejam mais discutidas e que esse tipo de trabalho, em específico, deixe de ser ignorado pela nossa sociedade”, afirma.

Para Rosilene Bombini, professora de Letras no Unisagrado e integrante da Comissão Assessora Especial das Licenciaturas (CALIC), do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), o tema é importante e segue o padrão de anos anteriores, já que é pouco discutido. No entanto, é justamente pela invisibilidade que é tão necessário pensar a respeito.

“A mulher sempre fez o trabalho de cuidado, desde sempre, detém essa "missão" de cuidar dos filhos, dos pais, enfim... da família. E não é algo que se reconhece”, avalia Bombini. “Assim, refletir sobre esse tema torna-o público, enfatiza a necessidade de reconhecimento desse ‘trabalho invisível’, e até de uma política pública que se dedique a essa causa”.

Não é segredo que, para se sair bem na redação do Enem, o aluno precisa estar preparado e devidamente treinado para que o desempenho seja satisfatório. No entanto, é necessária muita prudência no processo de estudos, especialmente no mundo digital, onde diversos professores, grandes escolas preparatórias e empresas de correção de redação prometem, nas redes sociais, fórmulas milagrosas e roteiros prontos para uma pontuação acima da média. Sem os cuidados necessários, o resultado pode ser frustrante.

Nayane Mensato, professora de Língua Portuguesa para alunos em fase de vestibulares e especialista em gestão educacional, afirma que, quando o tema é divulgado, profissionais da área aguardam ansiosamente para comentarem e, muitas vezes, detalham modelos do que é esperado do aluno. Porém, alguns modelos desconsideram fatores importantes, como a não formação dos alunos, o suporte das redes de pesquisa, o tempo hábil e a não pressão de prova. Para ela, é neste ponto que mora a irresponsabilidade desses profissionais, que pode afetar até mesmo a autoestima de alunos após a prova, quando estes procuram por modelos para verificar se, de fato, a redação que escreveram estava dentro do ‘esperado’.

“Quando o aluno sai da prova e lê esse apanhado de modelos prontos, acaba, muitas vezes, não se reconhecendo, questiona-se se partiu do ponto certo, se usou os melhores repertórios, enfim, geram-se inseguranças que não são, em nenhum momento, positivas aos vestibulandos”, afirma Mensato. “Além disso, ao lerem comentários, modelos feitos pelos próprios cursos e/ou professores o aluno se vê em dúvidas, desiste no meio do caminho e muitos não chegam a sequer prestar a prova no segundo dia de aplicação”.

Ainda segundo a professora, ao focar apenas em modelos prontos, sem regras de maleabilidade expressiva, o aluno deixa a criatividade de lado, assim como a liberdade de expressão e a capacidade de governar-se pelos próprios meios, o que não é recomendado e passa longe dos resultados esperados pelos alunos.

“Toda redação preza pela autonomia do aluno. Ele tem liberdade de escolher os argumentos nos quais se basearão. Cada aluno é um ser único, cada aprendiz pode ter sua redação bem avaliada quando escolhe os caminhos que quer seguir, obviamente dentro dos parâmetros exigidos na frase temática e regras dispostas no edital”.

Mensato avalia que uma forma de se obter um bom resultado na redação é conhecer bem o estilo da prova, além de fazer leituras de repertório sociocultural durante o percurso de estudos.

“O Enem é uma prova que exige do aluno, além do conhecimento adquirido ao longo do ensino médio, muita calma e inteligência emocional”, finaliza.

Independentemente da prova, manter a calma para organizar as ideias, treinar a escrita e aprender com os erros são passos fundamentais para escrever uma redação ideal.

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