Em Bauru, indo em direção à Vila Falcão pelo viaduto na continuação da avenida Duque de Caxias ou pela praça Itália, não podemos deixar de observar a mudança na vegetação: uma completa invasão de leucenas, formando verdadeiros "colchões verdes".
Leucena (Leucaena leucocephala) é uma planta leguminosa arbórea originária da América Central que se espalhou pelo mundo, estando presente em diversos países da África, Austrália, Filipinas, Indonésia, EUA, Equador, Peru, dentre outros.
Na década de 1940 chegou ao Brasil para ser utilizada como carvão vegetal, forragem, alimentação para gado, etc., devido ao seu baixo custo. É uma árvore de desenvolvimento rápido, podendo chegar a uma altura aproximadamente de 20 metros. Tem flores brancas globulares, vagens compridas, contendo mais ou menos 30 sementes elípticas, achatadas, sendo que 1 kg de sementes contém 15 a 22 mil sementes. Tem grande capacidade de dispersão, pois são lançadas naturalmente no ar, tornando uma espécie invasora e um grande problema.
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio ela está sendo considerada uma das 100 piores espécies invasoras do mundo, pois é dominante, promove a homogeneização da flora devido a sua alta capacidade competitiva, acabando com a biodiversidade.
Atualmente a leucena está espalhada por todo o nosso Brasil, invadindo cerrado, caatinga, mata atlântica, pantanal, restinga, além de destruir a mata nativa e alterar o bioma.
Existem várias pesquisas para verificar o efeito da leucena. Uma delas foi realizada pela Bióloga Thayná Jeremias Mello que elaborou sua pesquisa de mestrado no Instituto de Biociências da USP sobre a disseminação das leucenas, obtendo resultados preocupantes.
Em 2021, no Pantanal, tendo em vista a gravidade da demanda das leucenas, foi realizada a supressão da espécie em 47 hectares invadidos na área de proteção ambiental Baia Negra no Mato Grosso do Sul.
Na Mata Atlântica, em Itapira/SP, a leucena foi erradicada com a supressão das árvores, retirada dos troncos com a parte radicular, raspagem superficial do solo para a remoção das sementes, controle de rebrota através de capina e com o replantio de espécies nativas de porte médio para reduzir a insolação, dificultando, assim, o retorno da espécie (Anderson Martelli, Biólogo da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, Itapira-SP. Professor na Faculdade Mogi Guaçu-SP).
Em Aracaju, a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - Semma, elaborou projeto de erradicação mecânica, sem usar produtos químicos.
O Instituto do Meio Ambiente de Dourados foi responsável pelo projeto de restauração de áreas invadidas pelas leucenas, por meio da erradicação com a limpeza das áreas, eliminação dos restos de sementes, preparação do solo e plantio de mudas nativas, com acompanhamento de todo processo.
Em Bauru, os órgãos competentes devem estar providenciando alguma solução. Uma forma de erradicação pode ser substituindo as leucenas por árvores nativas, arvores frutíferas. Um destino possível e consciente para a madeira resultante da supressão das leucenas é a utilização na produção de celulose e aglomerados, bem como carvão.
Deve-se agir imediatamente, antes que seja tarde demais, removendo-se principalmente as árvores isoladas, que ainda são de pequeno porte, pois podemos ver leucenas espalhadas em vários pontos da cidade, praças, canteiros centrais e jardins.
A presente temática envolvendo as leucenas é muito importante para que todos nós compreendamos a gravidade do problema, apoiando a realização de ações pelos setores responsáveis da Prefeitura, não confundindo com desmatamento.
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