Assisti a várias palestras do professor José Vicente e recentemente escreveu sobre "o Banco do Brasil e a escravidão". Nas palavras faladas e escritas, sinto a mesma serenidade no reitor da Unversidade Zumbi dos Palmares, sem perder a ênfase naquilo que é importante e necessário dizer. O apagamento histórico havido em relação à escravidão precisa ser revisto constantemente para que consigamos resolver a nossa maior mazela social. Acho difícil a ação do Ministério Público Federal resultar em reparações envolvendo o banco, mas ao menos mostrará o caminho do dinheiro e os sobrenomes construídos com sangue negro. No entanto, para artigo dessa importância em jornal da capital paulista, nenhum comentário foi publicado na edição impressa. Ao menos 17 estavam na versão on-line, espaço exclusivo para assinantes, além de e-mail meu enviado aos editores. Um termômetro dos tempos.
Apesar de compartilhar o mesmo sobrenome, minha trajetória é bem distinta da pesquisadora Thamyres Sabrina Gonçalves, uma das agraciadas com financiamento do Instituto Serrapilheira, dentro de um programa que está dando apoio a cientistas negros e indígenas de excelência. É muito importante o estímulo para pessoas negras e indígenas desenvolverem seus projetos, uma pequena contribuição para diminuir as mazelas da escravidão e genocídio havidas em nosso país. O instituto poderia também abrir uma linha para seniores, pois não apenas jovens podem contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico. A maior experiência não necessariamente foi fruto de oportunidades quando jovens.
Completanto a tríade de parágrafos sobre o racismo, o diplomata Luiz Carlos Keppe Nogueira relembrou um pouco a história e a necessidade de política de cotas para negros, completando-se 70 anos do chamado preconceito fenotípico ou "de marca". Para quem não sente na pele é fácil atribuir a falta de acesso a essa parte majoritária da população a questões econômicas, sociais ou de competência.
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