OPINIÃO

Consequências econômicas do conflito no Oriente Médio

Por Reinaldo Cafeo | 19/10/2023 | Tempo de leitura: 2 min

O autor é diretor regional da Ordem dos Economistas do Brasil

O conflito entre palestinos e israelenses tem sido uma questão geopolítica complexa e de longa data. O que observamos neste momento é inadmissível e milhares de vidas inocentes foram e serão ceifadas. Além das implicações humanitárias e políticas, esse conflito também tem um impacto significativo nos mercados financeiros globais, portanto, impactos econômicos.

A região do Oriente Médio é uma das principais produtoras de petróleo do mundo, e qualquer instabilidade na região afeta diretamente os preços do petróleo. O conflito entre palestinos e israelenses gera incertezas e preocupações sobre a segurança na região, o que leva a um aumento da volatilidade nos preços do petróleo.

Quando o conflito se intensifica, como agora, os investidores ficam preocupados com a possibilidade de interrupções na produção e no transporte de petróleo na região. Essas preocupações levam a um aumento na demanda por contratos futuros de petróleo, o que, por sua vez, eleva os preços. Além disso, a região do Golfo Pérsico, que também é afetada pelo conflito, é responsável por uma grande parte da produção mundial de petróleo. Qualquer interrupção nessa região pode ter um impacto significativo nos preços globais.

O aumento dos preços do petróleo tem um efeito cascata na economia global. O petróleo é um insumo essencial para a produção de uma ampla gama de bens e serviços. Quando os preços do petróleo aumentam, os custos de produção também aumentam, o que leva a um aumento nos preços dos produtos finais.

Esse aumento nos preços dos bens e serviços é o que chamamos de inflação. A inflação reduz o poder de compra dos consumidores, pois eles precisam gastar mais para adquirir os mesmos produtos. Além disso, a inflação também pode levar os bancos centrais a aumentarem as taxas de juros para controlar o aumento dos preços.

As taxas de juros são um instrumento utilizado pelos bancos centrais para controlar a inflação e estimular ou desacelerar o crescimento econômico. Quando a inflação aumenta, os bancos centrais tendem a aumentar as taxas de juros para desencorajar o consumo excessivo e controlar a inflação.

Por este prisma, é possível que o processo de queda de juros aqui no Brasil seja revisto, com quedas menores, caso os preços internos subam. É importante que os governos e as instituições financeiras estejam atentos a esses desdobramentos e adotem medidas adequadas para mitigar os impactos negativos na economia global. Além disso, a busca por uma solução pacífica e duradoura para o conflito entre palestinos e israelenses é fundamental para garantir a estabilidade não apenas na região, mas também nos mercados financeiros internacionais.

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