Durante alguns anos, não muitos, o sonho do Brasil dos nossos sonhos se tornou real. Por um descuido da marginalidade, foi pego o fio da meada que, aos poucos, num constante crescimento, encantou o descrédito da população brasileira. O envolvimento de figuras carimbadas, aprontando de montão, cientes da garantia de impunidade, foram pegas com a mão na botija.

Empresários e políticos, alguns devido às delações premiadas e outros espontaneamente, confessaram seus crimes e devolveram bilhões de reais e de dólares, parte do que foi tungado, ora em espécie, ora em superfaturamentos de obras previamente combinadas. Foi tida como a maior corrupção à face da Terra. Os corruptos, após amplos e longos depoimentos de testemunhas defensivas, durante meses, muitos dos réus foram condenados e ressarciram parte do prejuízo que causaram. Aos poucos foi um balde d'água fria. Justo quem deveria reforçar e ampliar o combate à endêmica corrupção brasileira foi quem, aos poucos, transformou fatos reais em ficção a ponto de, devido a todos os processos terem acontecido no Paraná, quando o correto seria em Brasília.

Hoje, quem detém o poder persegue e incrimina quem condenou os envolvidos nas falcatruas. Numa autêntica inversão de valores, os justiceiros estão sendo perseguidos/incriminados e os malfeitores endeusados, a ponto de se cogitar em devolver aos malfeitores os bilhões recuperados e provavelmente indenizações. Parece mentira, mas é verdade. Pasme! Fatos reais estão virando ficção!