CHUVAS

Defesa Civil: volume de chuvas deixa calhas subdimensionadas

Por Larissa Bastos | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Samantha Ciuffa/JC Imagens
Engenheiro Civil e coordenador da Defesa Civil, Marcelo Ryal
Engenheiro Civil e coordenador da Defesa Civil, Marcelo Ryal

Em uma construção, a calha atua como um complemento do telhado e serve para captar e escoar a água da chuva. Ela é elaborada de acordo com o tamanho da edificação para evitar respingos, infiltrações, rachaduras e alagamentos no entorno dos imóveis. No entanto, o engenheiro civil e coordenador da Defesa Civil de Bauru, Marcelo Ryal, observa que o aumento do volume das chuvas nos últimos anos tem deixado os equipamentos subdimensionados, gerando prejuízo para proprietários.

Tal aumento no volume de água pode ser percebido nos dados captados pelo Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet). Em todo o mês de fevereiro último, por exemplo, foram contabilizados 269.7 milímetros de chuva na cidade, enquanto no mesmo período dos anos passado e retrasado, foram registrados, respectivamente, 150.4 e 169.9 milímetros.

Ryal avalia que, além da elevação na quantidade de água das precipitações ter subdimensionado a capacidade das calhas, existem também os casos em que os equipamentos são projetados incorretamente. "Nas novas construções, têm sido comum o uso de telhas isotérmicas, também conhecidas como telhas sanduíches, que têm pouca inclinação e geralmente são instaladas com calhas rasas. Esse conjunto, em dias de chuvas fortes e volumosas, não consegue escoar toda a água e acaba despejando o líquido nas lajes ou, em alguns casos, nos forros de gesso", explica.

Para o calheiro de Bauru Jurandir Miranda Ramaro Filho, de 35 anos, esse fator também está atrelado ao crescimento do número de profissionais inexperientes no mercado de trabalho. "Minha família atua há mais de 20 anos no ramo e temos notado que esses trabalhadores, por não terem a expertise necessária, acabam oferecendo a instalação de calhas que não são adequadas para o tipo de construção, mas que são mais baratas. E o cliente, que não tem o conhecimento e quer economizar, acaba aceitando. Mas, na hora da chuva, fica no prejuízo", detalha.

Diante disso, o calheiro destaca a importância de os proprietários de imóveis buscarem profissionais experientes ao realizar a instalação das calhas, bem como para que realizem periodicamente a manutenção dos equipamentos. "A limpeza deve ser feita, no máximo, a cada seis meses. E, se a construção for perto de árvores, esse intervalo tem que ser menor", conclui.

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