O espaço do lar sequer tem mais a espiritualidade de um telhado ou laje inclinada à vista, ou uma chaminé que expresse o sentido de lar, de lareira, fogão, fogo...comida, família unida no seu entorno. Ficou cansativo... Pior, já não há muita diferença entre o volume das casas e dos túmulos. É só uma questão de escala e de tempo. Não é à-toa que a arquitetura está perdendo espaço para a decoração interna. O conteúdo perdeu pro continente, como ensina Bruno Zevi.

Em minhas aulas provocativas de urbanismo, faço experiências com fotos aéreas, colocando na mesma escala alguns desses bairros de "luxo" e alguns cemitérios. É difícil o leigo distinguir entre um e outro. Também comparo os volumes das casas e dos túmulos. Nas casas trocam-se algumas paredes por panos de vidros e cortinas, afinal ainda se precisa de alguma luz quando se está vivo.

Quando os bairros são murados, os muros dos dois casos os aproximam ainda mais... locais de morte da cidade moderna. Bem, poderíamos nesse caso dos bairros colocar nos seus portais neomedievais, ainda uma placa, com os dizeres: Aqui Jaz a Cidade Democrática.