As más notícias - somente nesta semana foram três - se sucedem para as montadoras e, principalmente, para os milhares de funcionários que as mesmas empregam no Brasil e em todo o mundo.
A primeira atinge a Volkswagen e a Fiat. A VW/Audi, de São José dos Pinhais (PR), vai reduzir um turno de produção a partir do próximo dia 17. Com a medida, a fábrica passará a operar em dois turnos, diminuindo a produção de 440 para 370 carros/dia e também os custos de produção.
Desaceleração semelhante foi anunciada pela Fiat, que comunicou a realização de parada técnica de dois dias (6 e 10 de setembro) em sua linha de produção. Com isso, a montadora deixará de fabricar cerca de 3600 veículos.
A segunda, ainda pelos lados do Paraná, é ainda mais trágica do ponto de vista econômico-social. O grupo germano-americano DaimlerChrysler decidiu fechar definitivamente a fábrica de Campo Largo, que foi deixada aberta sem produzir. Desde o dia 19 de abril, data em que a linha de montagem da picape Dakota parou definitivamente, seus 250 operários estão em casa, recebendo na forma de licença remunerada, à espera de que a subsidiária brasileira pudesse salvar a situação. Em vão.
Outra que também não vai bem das pernas é a Ford na Europa, que amargou um prejuízo operacional de quase 1 bilhão de dólares no ano passado. O alto escalão da montadora alertou Jac Nasser, principal executivo da companhia, que a atual volatilidade cambial e a retração dos mercados são uma séria ameaça à reestruturação das operações do grupo no continente europeu. A exemplo de suas concorrentes brasileiras, cortes de produção em diversas fábricas espalhadas pela Europa já estão na pauta do dia e prontos para serem postos em prática.
A crise, aparentemente, parece ser sistêmica e ampla entre os fabricantes. Nesse ritmo, vai faltar lugar nas ruas para os desempregados.