Ao contrário do que ocorreu nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do País, que tiveram o pior índice de economia de energia desde o início de racionamento, com 18,6%, os 2,8 milhões de consumidores espalhados pelos 234 municípios atendidos pela Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) alcançaram uma redução de 25,8% no consumo de energia elétrica, comparado à média de consumo dos meses de maio, junho e julho de 2000.
Luís Henrique Ferreira Pinto, gerente do Departamento de Operações da Paulista, destacou que o mercado da CPFL manteve a economia de energia elétrica desde o início do racionamento, em junho. O índice alcançado pelos consumidores da Paulista em agosto foi de 24% e em julho de 24,6%. No primeiro mês do racionamento, em junho, a redução do consumo no mercado da CPFL atingiu os 20%.
Pinto disse que o feriado prolongado colaborou com o crescimento da economia em setembro, que foi o melhor mês desde o início do racionamento. Para ele, a média de aproximadamente 24% que a CPFL vem atingindo é satisfatória. Vale lembrar que a meta de economia estabelecida pela Câmara de Gestão da Crise de Energia, o ministério do apagão, é de 20%.
A economia de eletricidade acumulada de 1 a 30 de setembro (516 gWh) seria suficiente para abastecer uma cidade do porte de Campinas por 78,5 dias ou de Ribeirão Preto por 154 dias.
O gerente da Paulista afirma que o racionamento trouxe um lado positivo para à sociedade, que foi a redução de desperdícios de energia, ao qual as pessoas estão se habituando. Por outro lado, o setor elétrico acredita que, assim que a situação se normalizar, há uma tendência de que haja um retorno pela busca de parte do conforto perdido. Ainda não temos condições de avaliar o que realmente acontecerá. Esse ainda é um estudo que está sendo feito para detectar o que retorna, que é a grande dúvida hoje. Será que as pessoas adquiriram hábitos e será que esses hábitos são permanentes? Ou será que quando houver uma liberdade as pessoas vão voltar a consumir como antes? São questões a serem respondidas, afirmou, lembrando que o racionamento ainda não tem data para ser encerrado.
O aumento da temperatura, que deve chegar nos próximos meses, deve provocar uma elevação de consumo, prevê Pinto.