Duas das três operadoras de transporte coletivo de Bauru - TUA (Cidade Sem Limites) e Kuba (Baurutrans) - obtiveram uma modificação no contrato firmado com a Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) e podem alterar a idade média dos ônibus de sua frota de quatro para seis anos. A informação sobre a mudança consta na edição de ontem do Diário Oficial do Município (DOM).

De acordo com o diretor de Transportes da Emdurb, Waldomiro Fantini Júnior, a alteração foi solicitada pela diretoria das duas empresas em função de remuneração indevida e dos débitos que a Emdurb acumula junto às operadoras. Isso estaria dificultando a situação financeira das empresas e a conseqüente renovação da frota.

Conforme já foi divulgado pelo Jornal da Cidade, a Câmara de Compensação Tarifária da Emdurb deve R$ 3 milhões às empresas que operam o transporte coletivo da cidade. O déficit teria sido causado, segundo Fantini Júnior, pela drástica diminuição de usuários do sistema nos últimos anos.

“Para exigir que as empresas cumprissem com a exigência contratual dos quatro anos, precisaríamos estar remunerando-as devidamente. Além disso, a frota de quatro anos custaria mais caro. Teríamos que aumentar a remuneração das empresas e isso poderia gerar o indesejável aumento da tarifa, sem falar no crescimento da diferença entre arrecadação e custo, o que causou a crise financeira da Câmara de Compensação”, relata o diretor de Transportes.

De acordo com ele, em 1996 existiam cerca de 4,5 milhões de usuários do sistema de transporte coletivo em Bauru. Atualmente, esse total está em torno de três milhões, sendo que no mês passado a Emdurb registrou 2,7 milhões de pessoas utilizando o sistema.

Fantini Júnior admite que o ideal seria ter uma idade média menor da frota, “inclusive abaixo de quatro anos”. Por outro lado, ele afirma que, com seis anos, os carros estão em perfeitas condições de uso e sem oferecer riscos para a segurança dos passageiros.