Todos os dias o motorista depende da sinalização de trânsito como suporte, seja para a obediência à legislação ou indicação de direção e sentido. Ninguém consegue sair de casa e virar a esquina sem a orientação das placas de sinalização. O que pouca gente sabe é que as milhares de chapas de aço espalhadas pelas ruas, praças e avenidas são produzidas pelo Poder Público Municipal.
Em Bauru, o serviço é realizado em setor conhecido como fábrica de placas, vinculado à Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural (Emdurb) através da Diretoria do Sistema Viário (DSV). Para se ter uma dimensão da demanda de serviços, a Gerência de Operações Viárias (GOV) executa a instalação de pelo menos 900 placas todo mês nas áreas de regulamentação e advertência.
As chapas de aço, pintadas em cores e tamanhos padronizados, saem da fábrica de placas, na quadra dois da rua Antonio Alves, na Vila Antárctica. O DSV inclui a gerência de planejamento e operações viárias. “Nós fazemos os projetos de sinalização e instalação que chegam à Emdurb, assim como as modificações quando o Poder Público executa obras viárias”, cita a gerente do setor Mariana Gonçalves Barbieri.
Uma gerência planeja, a outra executa a instalação e manutenção nas ruas. A fábrica de placas atende aos pedidos de sinalização vertical e horizontal. O primeiro inclui placas e semáforos. O segundo diz respeito às faixas de pedestres, divisórias de fluxo, sinalização de vagas de estacionamento e obstáculos.
A sinalização horizontal utiliza como matéria-prima principal uma tinta especial à base de resina acrílica. “É um produto mais resistente que a tinta tradicional e adequada para suportar o fluxo, temperatura e outros intemperismos como chuva, umidade”, explica o gerente de operações viárias Aníbal dos Santos Ramalho.
A sinalização de solo ainda inclui a pintura dos obstáculos (como as lombadas), área azul, rebaixamento de guias e baias (faixa de acesso para o retorno nas vias). “Consumimos 120 baldes de tinta todo mês. O que equivale a pouco mais de dois mil litros de tinta”, conta Ramalho.
O setor ainda fabrica pré-moldados (cavalete de madeira) e faz a montagem dos conjuntos de semáfaro
Do pedido à instalação
A gerência de operações conta que a maioria dos pedidos de instalação vem através de processos formais encaminhados pela direção da Emdurb.
As solicitações podem ser realizadas individualmente pelos munícipes, mas também são efetuadas por intermédio de vereadores e entidades públicas e privadas. “O cidadão pode requisitar a troca ou instalação de placa ou pintura de sinalização. O pedido deve ser feito pelo número 0800-994599 da Emdurb”, reforça a engenheira Mariana Gonçalves.
Outra parte das requisições nasce dentro da própria gerência. Isso ocorre em função das pesquisas de campo. “Seguimos um cronograma de serviço de acordo com a aprovação por critério técnico e de acordo com a legislação”, cita Aníbal.
Levantado o pedido, a gerência de operações analisa as condições físicas do local para as instalações novas. As solicitações de troca e manutenção dependem apenas da verificação da ocorrência. “Confirmada a necessidade de troca de placa, ou repintura, nós programamos de acordo com nossa produção e executamos”, complementa o gerente.
Já as instalações novas dependem de outros fatores, como o projeto e a contagem de tráfego.
Uma vez aprovada a instalação, a fábrica de tintas recorta a chapa bruta de acordo com as dimensões padrão, conforme as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A chapa de aço recebe o tratamento de lixa, fundo anticorrosivo e passa por um equipamento de molde. O molde já traz as dimensões da sinalização conforme a legislação, obedecendo largura, comprimento e até o desenho das letras ou sinais.
A fábrica de placas conta com cerca de 10 funcionários na área de produção. Outros 11 funcionários atuam na troca, instalação e manutenção. São duas equipes que trabalham durante o dia para a sinalização vertical e uma que atua à noite para a sinalização horizontal.
A opção pelo trabalho noturno está relacionada à redução no tráfego, o que facilita as interdições para o acesso das equipes e a correta fixação da tinta no solo.