Polícia

Denha, condenado por tráfico, depõe sob forte esquema de segurança

Rita de Cássia Cornélio
| Tempo de leitura: 3 min

Um forte esquema de segurança foi montado ontem no Fórum de Bauru para o depoimento de Denner Willian Simões Ramos, conhecido como “Denha”. Ele e mais 11 réus respondem por associação para o tráfico de drogas. Considerado um dos mais perigosos traficantes de entorpecente de Bauru e região, ele também é acusado de mandar matar um juiz de direito que trabalhava no caso e sua mulher, no ano de 2002.

Ao todo, 22 homens da Polícia Militar e escolta de Bauru e de Pirajuí passaram cinco horas no Fórum garantindo a segurança dos freqüentadores. Segundo o comandante da 3.ª Cia da PM, capitão Flávio Jun Kitazume, o esquema foi montado para evitar um possível resgate. “Além da escolta, havia policiais da Ronda Ostensiva com o Apoio de Motocicleta e Força Tática. No histórico desse preso (Denha), há várias planos de resgate e uma tentativa de matar um juiz. Por isso, ele é considerado um preso perigoso”, explicou.

A movimentação de presos considerados perigosos, de acordo com Kitazume, é sempre cercada de forte esquema de segurança. Os policiais estavam fortemente armados com metralhadoras calibre 12 e fuzis 7.62. “Denha” foi ouvido por outro juiz, que substitui aquele que seria o alvo do ataque em 2002.

Já na entrada do Fórum, ontem os freqüentadores sentiram a diferença. Todos passavam pela porta de segurança com detector de metais. Bolsas, sacolas e pastas eram revistadas.

De acordo com fontes extra-oficiais, os familiares de “Denha” tentaram vê-lo na chegada ao Fórum. Porém, só puderam vê-lo a distância, uma vez que a polícia não permitiu a aproximação da população. Na saída, eles já não estavam mais no local.

Mais magro e com os cabelos cortados baixos, “Denha” desceu a escadaria do Fórum rumo a uma viatura do sistema prisional que o levou de volta à Penitenciária 1 de Pirajuí, onde está preso. Sua aparência já denota os mais de três anos na prisão. O juiz que ouviu “Denha” preferiu não falar sobre o assunto.

Ataque frustado

Em abril de 2002, a polícia prendeu sete pessoas que estariam planejando a morte de um juiz de direito de Bauru e sua esposa. O grupo, supostamente, queria se vingar da condenação de cerca de 14 anos recebida por “Denha” num processo de tráfico.

A ação foi frustrada graças às investigações da Polícia Federal. Parte do bando foi presa na Base da Polícia Rodoviária de Agudos e o restante em outros locais.

O trabalho, na época, foi realizado pela Polícia Militar em conjunto com a Delegacia de Investigações Gerais e Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assaltos. Além de “Denha”, foram presos Marcelo dos Santos Chagas, Creuza Maria dos Santos e Claudiana Lopes da Silva. Com eles, foram encontrados um revólver calibre 38, uma pistola 7.65 e dois celulares.

No mesmo dia também foram presos Waldemar Teodoro Júnior, Eduardo Giatinani e Marcos Roberto Garcia, acusados de integrar o bando. Dias depois, foi preso Antonio Alves do Nascimento, também suspeito de envolvimento com o grupo.

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