Tribuna do Leitor

Realidade do Iamspe


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O servidor público estadual contribui com 2% de seu salário para cobrir a assistência médica e hospitalar, benefícios que são estendidos a seus dependentes como esposa, esposo, companheira, companheiro, filhos de até 21 anos ou até 25 anos caso esteja cursando universidade, filhos deficientes e netos com a guarda judicial. Entre outros beneficiários estão os agregados considerados os pais que contribuem com mais 2% de cada um.

O plano de saúde do servidor não tem carência. Basta se inscrever e os benefícios são imediatos. Também não há cobrança de diferenças e nem limite de consultas com os médicos que atendem no ambulatório médico local. O plano é coletivo e não individual, diferentes dos planos de saúde privado que são individuais e cobram por faixa etária, cujos os preços vai de R$ 200,00 a R$ 400. Isto é, quanto mais velho o plano é mais caro.

Os agregados, que nunca contribuíram com nenhum centavo e toda despesa médica ou hospitalar caso venha falecer, quem paga é o servidor, visto que o contribuinte de imediato cancela a inscrição. Segundo estatística do próprio Iamspe, 50% das despesas médico/hospitalar são consumidas pelos agregados. Estão faltando médicos neurologista, reumatologista, psiquiátrico, otorrino, etc. É provável que as condições oferecidas pelo Estado não atenda a todos os interesses da classe.

Está em curso a privatização dos serviços prestados pelo Iamspe. Isso é, na verdade, um desdobramento da política anti-social estabelecida por esses últimos governos. O objetivo é deixar o sistema público de saúde sem dinheiro, inchar o sistema visando sucatear os serviços, para depois privatizar. O Hospital do Servidor Público já terceirizou o laboratório clínico, a anatomia patológica, a medicina nuclear e mais de 160 médicos foram exonerados dos cargos de chefia e encarregadura, aliás, sem exceção. Motivo: privatização. Recentemente, desmontaram o Iamspe na cidade de Botucatu, deixando aquela região órfã e Bauru como opção.

O sistema público de saúde no Brasil (inclui o Iamspe) está entrando em colapso. O motivo é a política neoliberal que se alastrou pelo território nacional como uma epidemia. Agora, os neoliberais querem acabar também com o direito à saúde para todos os brasileiros. Essa política chega aos limites da crueldade. Querem privatizar a dor e fazer da doença e do sofrimento humano um negócio lucrativo. Isso não significa que sou contra os empresários da saúde. Eles não podem jamais esquecer que cuidam de vidas, de seres humanos, e como tal exercem uma atividade que não pode ser levada a cabo como se estivessem atrás de um balcão frigorífico vendendo carne moída. Ou seja, não podem pensar simplesmente que o cliente leva se quiser. A ninguém é dada a chance de escolher se deseja ou não atendimento médico. Quando a enfermidade se manifesta não há opção.

O servidor público deve ficar atento. Se sentir que está sendo prejudicado, procure e cobre do deputado médico, o segundo mais bem votado no Estado, do partido do governo e indague maior atenção em defesa do Iamspe. Afinal, muitos funcionários votaram em seu favor na última eleição. Está na hora de cobrar.

Francisco Macegoza

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