Saúde

Vômito e mal-estar podem indicar labirintite

Por Daniela Ortega | Folhapress
| Tempo de leitura: 3 min

Sintomas da labiritite podem levar a paciente a confundi-la com sinais do início de uma gestação. Afinal, tonturas, náuseas e vômitos podem ser comuns em ambas as situações. Mas, ao contrário da gravidez, a labirintite, na maioria das vezes, não é uma situação temporária. Ela não tem cura, e as crises podem ser desencadeadas por diversos fatores - de uma viagem de montanha-russa a uma situação de estresse intenso.

Mas o que é a labirintite, afinal? É a inflamação do labirinto, que fica dentro do ouvido e é formado pela cóclea, responsável pela nossa audição, e pelo vestíbulo, responsável pelo equilíbrio. Quando o labirinto está doente, transmite ao cérebro informações erradas a respeito da posição de nosso corpo no espaço e dos sons que ouvimos. Por isso, os principais sintomas da labirintite são tontura, vertigem (sensação de que tudo está girando), desequilíbrio, falta de firmeza nos passos, zumbido nos ouvidos, chiados e assobios.

Vários fatores podem desencadear a doença ou uma crise nos pacientes. Entre eles estão alterações bruscas da pressão atmosférica - devido a um mergulho ou ao andar de avião, por exemplo -, hipoglicemia, arteroesclerose, doenças como diabetes e hipertensão, otite, má alimentação, excesso de cafeína, tabagismo, álcool, uso de drogas, infecções por vírus e bactérias, estresse, ansiedade, depressão e traumatismos na cabeça, entre muitos outros.

De acordo com o otorrinolaringologista Antonio Douglas Menon, uma crise típica é caracterizada por vertigem, que pode ou não estar associada a náuseas, vômitos e sudorese. Se a pessoa apenas se sente mal e tem a sensação de desmaio, porém, provavelmente não sofra de labirinzite, mas de hipoglicemia, de hipotensão ou de uma síncope - que ocorre, por exemplo, quando alguém passa muito tempo sem se alimentar.

Nas crises agudas da doença, também pode haver perda de audição, sensação de ouvido tapado e zumbidos. A síndrome de Ménière é o quadro mais grave, que engloba todos esses sinais. Durante uma crise da doença, a vítima sente vertigem, surdez, zumbido, alterações neurovegetativas, náuseas, vômitos, mal-estar e diarréia. Ela fica impossibilitado de se locomover, precisando ficar em repouso por dias, até que os sintomas desapareçam.

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Crianças

O médico Ricardo Ferreira Bento, otorrinolaringologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, alerta que crianças também podem sofrer labirintite. Os pais têm de ficar de olho quando o filho tem dificuldade de realizar atividades comuns aos colegas da mesma idade, como andar de bicicleta, pular amarelinha ou elástico, por exemplo. Isso pode indicar um problema de equilíbrio.

O tratamento das doenças do labirinto é feito em três fases. Primeiro são tratados os sintomas, depois as causas e, por último, pode ser feita a reabilitação do labirinto. Para aliviar a tontura, são indicados medicamentos sedativos e repouso.

Para que a crise não se repita, é preciso investigar a causa, os fatores de risco - problemas metabólicos, infecciosos, reumáticos e anatômicos do paciente - para, então, se definir o tratamento, que inclui até fisioterapia. Para prevenir a doença, recomenda-se fazer exercícios, manter dieta adequada e evitar cigarro, álcool e excesso de cafeína.

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