Manaus - Após 18 horas, terminou ontem, com dois mortos e nove feridos, a rebelião de presos do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), em Manaus. Entre os nove detentos feridos, oito foram mutilados pelos amotinados - tiveram orelhas e dedos decepados. Um levou um tiro nas costas. Os dois presos mortos foram torturados - um foi decapitado e outro teve olhos e coração perfurados.
Além dos dois presos mortos, mais quatro pessoas foram feitas reféns durante a rebelião: dois professores de educação física e dois agentes penitenciários, que não ficaram feridos. A polícia suspeita que a rebelião tenha sido coordenada por detentos de outros presídios.
O secretário da Justiça do Amazonas, Sérgio Lauria, apontou falha na segurança como origem do motim e determinou abertura de sindicância. O fim da rebelião, que começou às 13h de anteontem, foi decidido às 7h de ontem (8h pelo horário de Brasília).
Enfermaria, cozinha, câmeras, computadores e instalações hidráulicas ficaram destruídos. Das dez reivindicações, uma foi aceita, segundo a Polícia Militar: a entrada de familiares nos pavilhões durante as visitas. Antes, os parentes ficavam em salas isoladas para evitar a entrada de drogas e celulares. O presídio de segurança máxima, inaugurado em maio de 2006, custou R$ 13,5 milhões - 90% em verbas federais. No local, há 475 presos.