Numa cidade como Bauru, com grande parte da população morando em apartamentos, tem muita gente que prefere lavar roupa fora de casa, principalmente em períodos chuvosos como o atual. O preço do serviço, no entanto, varia muito. A diferença chega a 50% no caso de uma calça jeans - de R$ 2,50 a R$ 5,00, conforme o JC apurou.
Depende do tipo de roupa e de onde o serviço é realizado. Apesar da expansão das lavanderias, ainda há na cidades as lavadeiras, que prestam o serviço em suas casas. Uma delas era empregada doméstica e agora, além de máquinas de lavar, tem pessoas contratadas para vencer a demanda.
Já lavar um vestido, traje comum nesta época em razão dos bailes de formatura, pode custar entre R$ 10,00 e R$ 22,00, dependendo do tamanho. Lavar e passar roupa definitivamente não agradam a dona de casa Neusa Maria Silva Fernandes, 58 anos.
Como vive apenas com o marido, a opção encontrada há três anos para livrar-se da tarefa doméstica é enviar as peças para uma lavanderia da cidade. A economia - de água e energia -, segundo ela, compensa o gasto mensal de cerca de R$ 200,00 com lavanderia. “Para mim compensa, mas não sei no caso de uma residência com várias pessoas. Tudo isso além de não gastar com empregada doméstica”, diz.
A demanda de serviços no setor de lavanderia aumenta cerca de 50% nesta época do ano, por ser um período chuvoso. Isabel Cristina Bispo da Costa, passadeira de um lavanderia de Bauru, afirma que o movimento dobrou em relação aos últimos meses do ano passado em virtude do tempo chuvoso.
O estabelecimento cobra R$ 6,00 para lavar e passar um quilo de roupa - incluídos camiseta, calças e roupas de cama, mesa e banho em geral. Já para roupas sociais, os preços variam. Pela camisa e calça sociais são cobrados R$ 4,50 cada peça. Vestidos para festas saem de R$ 15,00 a R$ 22,00 dependendo do tamanho e quantidade de peças. “Neste mês também há formaturas e a procura aumenta bastante”.
Para Eunice Gabriela Massoti, proprietária de uma lavanderia em Bauru, o tempo chuvoso é o responsável por aumento de 40% na procura por lavagem e secagem. “As pessoas lavam e trazem aqui só para secar”, enfatiza. Lavar e secar quatro quilos de roupas, como camisetas, bermudas e calças, custa R$ 18,00. Se a opção for também passar, o preço sobe para R$ 30,00.
Quem gosta de comodidade pode ainda optar pelo sistema delivery - a entrega em casa custa R$ 5,00. O serviço é oferecido, segundo Vilma de Castro Fonseca Santos, atendente de outra lavanderia, para quem não possui tempo para buscar as roupas. “O movimento aumenta em dezembro, pelas festas, e janeiro, pois há muita formatura”.
Já o perfil da clientela é bastante variado. “Atendemos de donas de casa a advogados”. O trimestre formado pelos meses de novembro, dezembro e janeiro é considerado o mais rentável por Paulo Roberto Govedice, proprietário de uma lavanderia. “Quando prolonga a chuva, a procura aumenta, mas nesses mês têm várias festas e por isso há bastante serviço”. Lavar e passar uma calça jeans sai por R$ 5,00. Roupa íntima custa R$ 1,00 e uma camiseta sai por R$ 2,50. Para um terno, o serviço custa R$ 14,00 e um vestido, dependendo do modelo, sai por até R$ 20,00.
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De empregada, a proprietária
Há 20 anos, sua especialidade é vestir os outros bem. Não, ela não possui uma loja de roupas. Seu trabalho consiste em lavar, secar e passar a roupa de moradores de Bauru que lhe procuram. Essa é a rotina de Brasília Oliveira Galvão, 57 anos, que já foi empregada doméstica antes de ser dona do próprio negócio, montado em casa, e contratar funcionárias.
“Trabalhar com roupa e comida são duas coisas que adoro fazer. Lutei muito para comprar minhas máquinas e poder trabalhar em casa, mas nunca pensei que fosse dar um resultado tão rápido”, comemora.
Apesar do público variado, são os estudantes quem mais procura os serviços de Brasília. “Para eles, sempre faço um preço bom”. Lavar uma calça jeans, por exemplo, sai por R$ 2,50. Já uma camisa social de linho ou algodão sai por R$ 4,00. Um terno sai por R$ 15,00, mas o preço é cobrado de acordo com o tecido.
“A energia está muito cara, então cobro de acordo com a dificuldade”. A principal dificuldade da profissão? “Trabalhar, trabalhar e trabalhar. O lugar é simples, mas agrada a muita gente, sendo bem freqüentado”. Ela, no entanto, não afirma quanto ganha por mês com a atividade. “Rica eu não sou, mas consigo viver bem”.