Polícia

Prefeitura e a PM discutem convênio para policiamento

Juliana Franco
| Tempo de leitura: 3 min

Para aumentar o efetivo de policiais nas ruas de Bauru e a capacidade de direcioná-los a locais e eventos que a prefeitura considere necessário, a administração municipal e a Polícia Militar (PM) estudam a possibilidade de um convênio. A idéia é que os policiais militares (somente aqueles que desejarem), trabalhem nas ruas da cidade em seus horários de folga, previamente definidos pelo comando da PM. Para isso, eles receberiam um pró-labore, que seria pago pela prefeitura. A proposta, levada ao prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) pelo tenente-coronel Benedito Roberto Meira, seria um substituto “mais barato” para a proposta da Guarda Municipal.

Para discutir a viabilidade do projeto, na manhã de ontem, Rodrigo se reuniu com Meira, comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar do Interior (4.º BPM-I), com o capitão Renato Ramos e com o major Airton Martinez. Segundo Agostinho, Bauru é a primeira cidade do Interior a discutir a possibilidade de um convênio desta natureza. Em todo o Estado, apenas São Paulo, Capital, discute a idéia.

“Nosso objetivo é diminuir o problema da falta de policiamento na cidade, pois com a implantação da iniciativa vamos praticamente dobrar o efetivo de policiais nas ruas”, argumenta o comandante da PM. Atualmente, o efetivo da PM de Bauru é de 350 homens que trabalham em escalas de 12 horas e folgam 24 horas ou atuam 24 horas e folgam 48 horas. Deste total, 15% estão em férias ou licença.

Por meio da parceria, a prefeitura descartaria a criação de uma Guarda Municipal. “Hoje, para criar uma Guarda Municipal os investimentos são maiores e os resultados não são eficazes na questão de redução dos indicadores criminais, já que os profissionais atuam, conforme a Constituição, apenas no zelo dos prédios municipais”, afirma Meira. “Já os policiais militares atuariam de forma ostensiva e teriam o suporte das viaturas do Copom, da Central de Comunicação. Além disso, o profissional terá respaldo do Estado caso sofra algum ataque, atentado”, acrescenta o tenente-coronel.

Em Botucatu, segundo informação da reunião, a Guarda Municipal, composta por 50 homens, custa à administração municipal R$ 180 mil mensais. “A Prefeitura não tem condições de colocar vigias, que não podem trabalhar armados para correr atrás de quem pratica infração em locais que acha que precisam. A PM é diferente: tem equipamento, pessoas treinadas, uniformizadas. Financeiramente é viável para nós a parceria e também para a população, que terá maior sensação de segurança”, diz o prefeito.

Caso o convênio seja firmado, os policiais militares que trabalharão para a prefeitura poderiam ser alocados no Pronto-Socorro, Teatro Municipal, Parque Vitória Régia, Praça Rui Barbosa, Sambódromo, entre outros locais, segundo o prefeito. De acordo com Agostinho, desde início do ano a prefeitura atua junto com a PM na diminuição da criminalidade por meio da melhoria da iluminação e da pavimentação de ruas em locais considerados perigosos.

Agora, a administração municipal faz uma análise financeira e jurídica para o acerto do convênio. “Hoje, o comando da corporação defende a parceria que deve melhorar a segurança, reforçar o policiamento nas ruas e ainda reforçar o orçamento dos profissionais”, finaliza. Pelas contas apresentadas por Meira ao prefeito, a remuneração a cada policial seria de 64% da Ufesp, ou seja, R$ 10,14 por hora. Por 8 horas de trabalho, o policial receberia R$ 81,12 ao dia. Com uma média possível de 50 policiais ao dia nas ruas, a prefeitura gastaria R$ 4.056,00 por dia ou R$ 121.680, 00 por mês. “Bem menos do que os R$ 300 mil que custaria a Guarda Municipal”, reforça o comandante.

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