Segundo o Guia do Roteiro do Café, da Secretaria de Esportes e Turismo de São Paulo, em Jaú o destaque fica para a Fazenda Sant’Anna do Mandaguahy, aberta em 1858, com a vinda dos irmãos Almeida Prado, de Itu. A fazenda, onde era cultivados cana-de-açúcar e café, fazia parte da gleba de terra comprada na região de Jaú pela família.
A Mandaguahy, ao longo de mais de 140 anos, passou por vários ciclos econômicos. O primeiro e mais importante foi o do café, que durou 110 anos, e foi responsável pela maior parte da infraestrutura construída até hoje: casa grande, senzala, tulha, terreiro de secagem e colônia.
O primeiro ciclo econômico era uma expansão natural do quadrilátero do açúcar formado pelos municípios de Itu, Sorocaba, Campinas e Piracicaba, uma vez que os desbravadores e primeiros habitantes da região de Jaú eram originários desta parte do Estado.
A Mandaguahy manteve plantações de cana e café concomitantes até a aproximação da ferrovia nas últimas décadas do século 19. Após a chegada da ferrovia, as plantações de café tomaram todos os espaços disponíveis para plantio.
No período de 1858 a 1904, foi construída a maioria das edificações preservadas na fazenda. Casa Grande em estilo eclético com predominância do neoclássico e mobiliário antigo, senzala, tulha em estilo barroco ou colonial, lavador de café, casa do administrador, casa dos colonos europeus, minimuseu dos ciclos econômicos, minimuseu da mão-de-obra escrava, minimuseu do café, cocheiras, jardim, pomar com árvores centenárias, relógio de sol e terraços feitos de pedra oferecem aos visitantes uma aula de história.
O segundo ciclo foi o da criação de gado de raça, fase que deu muitos prêmios à fazenda. Hoje, o local possui pequenas plantações de café e cana em conjunto com a criação de gado.
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Fazenda mantém programas educativos
Localizada na Rodovia SP-225 (Jaú-Bocaina), no Km 145, a Fazenda Mandaguahy, que completou 102 anos, continua oferecendo programas educativos e recreativos com foco nos estudantes. Guilherme Almeida Prado de Castro Valente, da quinta geração dos Almeida Prado, explica que a fazenda tem como objetivo proporcionar atividades que enalteçam valores baseados na linha teórica humanista de educação ambiental.
Por esta razão, também é contemplado neste programa a educação patrimonial, que, segundo a linha teórica da historiadora Maria de Lourdes Parreira Horta, procura proporcionar para os visitantes as quatro etapas de sua metodologia: observação, registro, exploração e apropriação.
Os visitantes são guiados às fases do programa, incluindo passeio pelo Bosque Maria Cecília, que engloba uma área com cerca de 30 mil metros quadrados de preservação permanente, devido à grande quantidade de nascentes.
Os visitantes podem ver a mata secundária ou pioneira com identificação das espécies e o papel desempenhado por elas na dinâmica da vida na mata, bem como aprender como as árvores protegem desde as nascentes e cursos de água à estação de captação de água para distribuição na cidade.
Na trilha, os visitantes são convidados a trabalhar no Jardim dos Sentidos a percepção de diferentes texturas do relevo e perfumes. O bosque conta com uma variedade de plantas nacionais e exóticas, água rica em minério de ferro, quartzos coloridos e fauna regional.
E resgatando a tradição do fabrico de produtos feitos de cana-de-açúcar, a fazenda instalou um pequeno alambique, onde a cachaça é feita de forma artesanal. A visita ao alambique aborda fatos históricos e uma breve explanação sobre o processo químico sofrido pelo caldo de cana até ser transformado em cachaça.
• Serviço
Fazenda Mandaguahy. Rodovia SP-225, Km 445. As visitas devem ser agendadas com uma semana de antecedência. Há programas com atividades sem refeições para grupos de estudantes (preço a partir de R$ 7,00 para grupos); de R$ 15,00 (com atividades e lanche) e de R$ 35,00 (até 10 horas de permanência com dois lanches e almoço). Informações no site www.fazendamandaguahy.com.br ou pelo telefone (14) 3622-2707.
Ainda em Jaú, a Fazenda Salto São Pedro aluga a sede para hospedagem. Contatos pelo telefone (14) 3621-3382, com Vera Padin; e a Fazenda Santo Antonio dos Ypes tem uma área de mata nativa preservada com trilhas. Informações pelo telefone (14) 9778-4210.