Éder Azevedo |
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“Quanto mais você se tranca, nos dias de hoje, para ter segurança, menos liberdade você tem”, diz Adriano Garib |
Dentro de mais alguns dias, em 31 de janeiro, Adriano Garib fará 50 anos. Vai comemorar ao som de blues - a música é seu hobby, uma outra paixão. Nascido em Gália (distante 64 km de Bauru), esse quase bauruense criou-se no Altos da Cidade e começou no teatro pelas mãos do professor Paulo Neves. E ainda tem raízes na cidade, vem visitar mãe, irmãos e os amigos. E esteve aqui nas festas de final de ano. Isso nem todo mundo sabe.
Mas todo mundo sabe que o ator ficou conhecido do grande público com o vilão “Russo”, da novela “Salve Jorge”, de Glória Peres. Ele credita o sucesso do personagem ao fato de ter feito “com muita verdade”. “E o público percebe que não havia canastrice.” Outra característica que impactou bastante, segundo ele, foi por ter sido também um personagem másculo, e muita gente elogiava isso. “E eu perguntava: mas por que? Será que está faltando homem na praça?”, diz, em tom de brincadeira.
Gatos e solidão
Em comum com o personagem o fato de gostar de gatos. Vive sozinho no Rio de Janeiro, no tradicional bairro da Urca, tendo como companhia dois deles: Borges (raça pura, exótico) e Kafka (siamês). Claro, os nomes são em homenagem a dois grandes escritores, dos maiores que a Humanidade já teve: o argentino Jorge Luis Borges e o tcheco Franz Kafka.
E essa fase de estar sozinho, não na solidão, não deve durar muito: “breve, breve, vamos dar um jeito nisso”, brinca. Mas explica: é que a vida toda teve relacionamentos sérios, fortes, profundos e duradouros. “Ficar sozinho, eu nunca fiquei. Estou agora, pela primeira vez, e estou curtindo isso, mas sou um homem casadoiro e tenho o maior respeito pelas minhas ex-mulheres e namoradas. Sou daqueles que quando termina o relacionamento, chora, fica mal, sofro mesmo”.
Cuba e jornalismo
Neste momento, além da tranquilidade de estar solteiro, ele desfruta a felicidade de o filho, Gabriel Simon Garib, ir estudar Psicologia na Universidade de Londrina (UEL-PR), aliás, onde ele se formou em Comunicação Social. Sim, ele é jornalista e escrevia sobre relações exteriores para o Jornal da Cidade nos anos 1970/1980.
Esse fato o credencia a dar nota 10 para um destaque internacional do fim de 2014: “o reatamento das relações entre Cuba e EUA. É fantástico isso ocorrer”, lembra o ator que já esteve na ilha de Fidel. E conheceu os dois lados de Cuba –“ há uma Havana (capital) para os visitantes e os estrangeiros e outra para o povo cubano”. “Agora tudo vai melhorar”, acredita.
Leitura e preconceito
Aliás, a leitura é parte de sua vida e Adriano lamenta que o brasileiro em geral lê pouco. E uma das coisas que mais critica é justamente “a desinformação e o preconceito do cidadão médio brasileiro”, fruto, entre outras razões, da falta de leitura, da cultura e da educação. Ele defende uma educação verdadeira, séria, sólida capaz de formar mais do que profissionais e “sim seres humanos completos, indivíduos com pensamentos independentes, capazes de tomar a melhor decisão por si só”.
Gentileza e estupidez
Para Adriano, só a educação, só a formação humana é capaz de fazer com que cada homem seja mais gentil, tenha maior solidariedade e cometa menos barbáries. Adriano faz questão de dizer que as pessoas estão perdendo a gentileza, a disponibilidade para ouvir os outros. “Meu pai era dentista, vindo de uma família do Interior. Todos nós, toda a nossa família, todos os filhos, fomos criados de uma forma afável (claro, com dureza quando necessário). E eu não vejo mais isso”.
“Agora, estamos vivendo a era do Facebook onde as pessoas estão confundindo sinceridade com falta de educação. Ser sincero, o #prontofalei, não é isso, não é ofender o outro de forma gratuita. Há hoje uma estupidez ímpar. Uma sinceridade estúpida, acima do tolerável, é a ética da maledicência, as relações não podem ser assim”.
Uma causa
Vindo de uma família de dentistas, pai dentista, irmãos dentistas, Garib interrompe a entrevista para falar do trabalho da irmã mais nova: Daniela Garib, doutora em Ortodontia, com pós-doutorado em Harvard, especialista de Ortodontia no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e Faculdade de Odontologia de Bauru - USP, o nosso Centrinho. “O trabalho que é feito no Centrinho é referência mundial, não é só nacional, não. Ninguém tem ideia de como se consegue isso. Acolhendo os pacientes e suas famílias. A gente tem que lutar para que isso persista. Eu preciso falar isso. Bauru é Centrinho, é referência. Minha irmã e todos lá dentro fazem um trabalho excepcional. Isso não pode se perder”, diz.Vindo de uma família de dentistas, pai dentista, irmãos dentistas, Garib interrompe a entrevista para falar do trabalho da irmã mais nova: Daniela Garib, doutora em Ortodontia, com pós-doutorado em Harvard, especialista de Ortodontia no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais e Faculdade de Odontologia de Bauru - USP, o nosso Centrinho. “O trabalho que é feito no Centrinho é referência mundial, não é só nacional, não. Ninguém tem ideia de como se consegue isso. Acolhendo os pacientes e suas famílias. A gente tem que lutar para que isso persista. Eu preciso falar isso. Bauru é Centrinho, é referência. Minha irmã e todos lá dentro fazem um trabalho excepcional. Isso não pode se perder”, diz.
