Lula Marques/Arquivo |
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Em 1992, JC noticiou a morte do 'amigo de Bauru' |
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Aula Inaugural da Faculdade de Direito de Bauru |
Ulysses Guimarães é considerado um dos nomes mais importantes da política brasileira no século 20. Presidente da Câmara dos Deputados durante a elaboração da atual Constituição do País, promulgada em 1988, ele, que tem forte ligação com Bauru, teria completado 100 anos na última quinta-feira.
Guimarães morreu em 12 de outubro de 1992, em um acidente aéreo na região de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, sem que seu corpo nunca fosse encontrado. Portanto, na próxima quarta-feira, completam-se 24 anos da morte do ex-deputado federal, que teve, em outubro, um mês marcante, não apenas por ter nascido e morrido neste mês, mas também porque a Constituição que ajudou a construir foi promulgada em 5 de outubro de 1988.
Nascido em Itirapina (na época, Distrito do município de Rio Claro), no Interior Paulista, em 6 de outubro de 1916, Ulysses Guimarães morou em Lins (a 100 quilômetros de Bauru) na juventude e, depois, foi professor e diretor da Faculdade de Direito de Bauru, a atual Instituição Toledo de Ensino (ITE), na década de 50. Ele, inclusive, ajudou a conquistar a implantação do curso de direito na cidade.
Presença
No início da década de 1950, Ulysses auxiliou Antônio Eufrásio de Toledo a conseguir a abertura do curso de direito. Toledo buscava a conquista junto ao governo federal na então Capital do País, o Rio de Janeiro, e contou com o apoio de Guimarães. Depois de implantado o curso, Ulysses foi o primeiro diretor e também professor de direito constitucional. Um arquivo da ITE, datado de 1954, mostra Ulysses Guimarães durante aula de abertura do segundo ano letivo, ao lado de outros diretores e professores da faculdade.
No período em que lecionou aqui, ele passava alguns dias em um imóvel, que fica na quadra 21 da rua Saint Martin, onde atualmente funciona um escritório de contabilidade. O antigo proprietário do sobrado era amigo de Ulysses. No dia seguinte após a morte do ex-deputado, em outubro de 1992, o JC trouxe uma página dedicada à trajetória dele e sua ligação com a cidade de Bauru.
Na ocasião, o antigo dono do imóvel lembrou que Ulysses realmente passava alguns dias no sobrado, porém, ele preferia dormir em um hotel.
Na mesma edição de outubro de 1992, a reportagem lembrou do apoio que Ulysses deu à implantação da TV Bauru (atual TV TEM, afiliada da Rede Globo). O vice-prefeito de Bauru na época, Moussa Tobias (falecido em 2003), lamentava a morte de Guimarães e a lacuna deixada por ele na política nacional.
Em Lins
Ulysses Guimarães é considerado um dos nomes mais importantes da política brasileira no século 20. Presidente da Câmara dos Deputados durante a elaboração da atual Constituição do País, promulgada em 1988, ele, que tem forte ligação com Bauru, teria completado 100 anos na última quinta-feira.
Guimarães morreu em 12 de outubro de 1992, em um acidente aéreo na região de Angra dos Reis, litoral do Rio de Janeiro, sem que seu corpo nunca fosse encontrado. Portanto, na próxima quarta-feira, completam-se 24 anos da morte do ex-deputado federal, que teve, em outubro, um mês marcante, não apenas por ter nascido e morrido neste mês, mas também porque a Constituição que ajudou a construir foi promulgada em 5 de outubro de 1988.
Nascido em Itirapina (na época, Distrito do município de Rio Claro), no Interior Paulista, em 6 de outubro de 1916, Ulysses Guimarães morou em Lins (a 100 quilômetros de Bauru) na juventude e, depois, foi professor e diretor da Faculdade de Direito de Bauru, a atual Instituição Toledo de Ensino (ITE), na década de 50. Ele, inclusive, ajudou a conquistar a implantação do curso de direito na cidade.
Última vez
Ulysses construiu carreira política, sendo diversas vezes deputado federal pelo Estado de São Paulo e por três vezes presidindo a Câmara dos Deputados, inclusive durante a Assembleia Constituinte, concluída em 1988. Antes, na época da ditadura militar, foi um dos parlamentares mais atuantes em favor da abertura política. Ele também chegou a assumir a presidência do País interinamente na segunda metade da década de 80, no lugar de José Sarney, que não tinha vice-presidente, e, na condição de dirigente máximo da Câmara, Ulysses era o primeiro na linha sucessória.
Em 1989, foi candidato a presidente da República, pelo PMDB, recebendo 4,4% dos votos. Foi durante a campanha presidencial que ele esteve em Bauru pela última vez. Foram, na realidade, três passagens pela cidade naquele ano. A última delas de forma inesperada, pois o avião que o levava deveria ter pousado em Botucatu, porém, o mau tempo obrigou a aeronave a pousar no Aeroclube de Bauru, onde deu suas últimas entrevistas à imprensa bauruense. Em 1990, foi reeleito deputado federal mais uma vez, sendo figura atuante no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Ulysses, no entanto, morreu antes do trâmite de cassação ser totalmente concluído.