| Douglas Reis |
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| População reclama que terreno na confluência das alamedas das Azaléias e dos Ciclames, no Parque Vista Alegre, virou "cemitério de lâmpadas" |
Visualmente inofensiva, a lâmpada fluorescente ainda é popular nos lares e empresas, especialmente por seu preço atrativo. O problema aparece, no entanto, quando o item queima ou quebra. Sua composição à base de mercúrio requer cuidado redobrado, o que nem sempre é considerado. Nessa segunda-feira (13) mesmo o JC flagrou um ponto de descarte irregular deste material no Parque Vista Alegre.
A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA, na sigla em inglês)e o departamento de saúde britânico recomendam que, em caso de quebra e vazamento da lâmpada, a primeira medida a ser adotada é de ventilar o local afetado, por conta da liberação do vapor de mercúrio, que pode ser inalado por pessoas e animais.
O ambiente deve ficar livre e com as janelas abertas entre 15 e 30 minutos e a limpeza deve ser feita com cuidados (veja mais no quadro abaixo).
A ventilação também é um item exigido pela legislação brasileira às empresas que reciclam esse tipo de material.
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NEM 20%
No ano passado, Bauru reciclou 45.650 lâmpadas fluorescentes, segundo informa a Emdurb.
O total, no entanto, não representa nem 20% da demanda esperada para a cidade. "Nosso maior concorrente, hoje, é o morador que descarta sua lâmpada irregularmente", comenta Vitor Witzler, proprietário da única empresa autorizada na cidade a fazer este tipo de serviço. Antes de serem recicladas, as lâmpadas passam por um processo de descontaminação e separação dos componentes.
"O vidro e o metal são reciclados. Já o pó de fósforo e o mercúrio vão para um aterro industrial, em Ribeirão Preto", detalha Vitor Witzler.
Com a proibição da venda de lâmpadas incandescentes no ano passado, as fluorescentes viraram opção preferida, seguidas pelas de LED.
SAÚDE
A exposição ao mercúrio em altos níveis pode causar danos no cérebro, coração, pulmão e sistema imunológico e é potencialmente perigosa para gestantes.
"Nunca se deve pegar uma lâmpada fluorescente quebrada com a mão desprotegida. A radioatividade, dependendo da dose, em curto prazo, é tóxico e pode causar até queimadura na pele. Em longo prazo, pode aumentar a chance de câncer", observa a médica dermatologista Elisa Dan Biteli.
Perigo no Vista Alegre
Um terreno na confluência das alamedas das Azaléias e dos Ciclames, no Parque Vista Alegre, virou ponto de descarte irregular de lâmpadas fluorescentes e entulhos. Segundo vizinhos, há dez anos, pelo menos, o local recebe o material, semanalmente. A prefeitura realiza a limpeza com frequência, mas o trecho volta a ser alvo da irregularidade de forma reiterada.
SERVIÇO
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) possui o Disque-Intoxicação, que atende pelo 0800-722-6001.

