Polícia

Achado não é roubado? Polícia alerta que ficar com celular perdido é crime

Marcele Tonelli
| Tempo de leitura: 2 min

Samantha Ciuffa
Em 25% dos casos, polícia tem conseguido a recuperação dos celulares, roubados, furtados, perdidos, diz o delegado Eduardo Herrera

O que seria o certo a fazer se você encontrasse um celular abandonado? Em Bauru, uma funcionária de um órgão público passou por esta situação e levou o aparelho para casa. Só que a dona foi até a Polícia Civil que, mediante rastreamento, o encontrou. Resultado: a funcionária responderá por crime de apropriação de coisa achada, que prevê detenção de até um ano - que pode ser convertida em multa.

A situação não é única e as autoridades alertam: a pessoa precisa devolver ao dono ou à polícia (veja no quadro abaixo). Vários casos envolvendo não só a apropriação, mas também a receptação de celulares têm sido descobertos pela Polícia Civil de Bauru. A instituição diz estar atenta também ao modo como esse comércio tem se estabelecido.

"Recebemos média de cinco casos por dia envolvendo celulares, seja roubo, furto ou que são perdidos. Em 25% das ocorrências, conseguimos recuperar aparelhos", comenta o delegado da Central de Polícia Judiciária (CPJ) Eduardo Herrera, complementando que as chances de encontrar o aparelho aumentam quando a vítima informa o número IMEI.

RECEPTAÇÃO 

Na maioria dos casos, contudo, a polícia chega até o receptador, e não ao ladrão. Mas Herrera cita como exemplo contrário a prisão de Luis Henrique Miziara, 28 anos, ocorrida em abril deste ano. Conforme noticiado pelo JC, ele foi responsável por 14 roubos de celulares em Bauru.

Nas últimas semanas, uma empregada doméstica, que furtou o celular da sua patroa, e um garçom, que pegou o celular de um cliente da mesa do restaurante, também foram detidos pela polícia.

E é sobre a forma como as vendas destes produtos ocorrem que a polícia tem se debruçado. "Normalmente, os celulares são comercializados em ambiente digital, em redes sociais e em sites de compra e venda, podendo ser anunciado pelo autor do crime e por terceiros, que se beneficiam com o negócio", reforça o delegado.

Ao adquirir um telefone celular sem documento que comprove sua procedência legal, o comprador se arrisca. E o que parecia um bom negócio, pelo preço bem abaixo do mercado, pode virar uma "grande dor de cabeça" e gasto, se o produto for alvo de furto, roubo ou até perda.

Se descoberto pela polícia, o comprador pode responder pelo crime de receptação culposa ou dolosa. A punição ocorre como forma de frear o incentivo aos crimes, que, na maioria das vezes, é cometido como forma de alimentar o vício em drogas.

 

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