Cultura

Um bauruense vence o Grammy

João Pedro Feza
| Tempo de leitura: 2 min

Arquivo pessoal
Eliane Elias e Amilton Godoy na escola dele em São Paulo
Acima, certificado enviado a Amilton pelo Grammy

Sem alarde, como de costume, mas com íntima satisfação, o pianista Amilton Godoy agora tem um certificado do Grammy na gaveta - e, assim, torna-se o primeiro bauruense a conquistar o feito. "Tive outros reconhecimentos, mas esse faltava mesmo", diz.

O renomado músico e professor, fundador do icônico grupo Zimbo Trio, recebeu tal reconhecimento por participação no disco "Dance Of Time", da paulista Eliane Elias - vencedor do Grammy Latino na categoria jazz latino.

Eliane vence pela segunda vez seguida (2016 e 2017) e, agora, com preciosa colaboração do bauruense, seu professor na adolescência e juventude.

"Ela foi minha aluna no meu Centro Livre de Aprendizagem Musical, o Clam, de São Paulo, e então fez o convite para gravarmos, no começo do ano passado, uma música juntos. Assim ocorreu e com dois pianos. Criamos uma massa sonora com isso", conta Amilton. "Fiz um solo, que depois ela também vocalizou, e tivemos essa alegria do prêmio".

Amilton, que completou 77 anos em 2 de março, passou um mês nos Estados Unidos em 2017, conforme já noticiou o JC, e ficou surpreso com o nível de conhecimento de radialistas e músicos sobre ele e o Zimbo - trio instrumental, cuja formação original ficava completa com Rubens Barsotti e Luiz Chaves e que teve projeção a partir de 1964. Um ano depois, já fazia o acompanhamento fixo no programa "O Fino da Bossa", da Record, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

Irmão dos também músicos Amylson e Adilson, Amilton passou este fim de semana em Bauru com uma providencial cópia do certificado do Grammy em mãos. Compartilhou o triunfo com amigos e familiares e aproveitou para avisar: vai voltar a gravar com Eliane em breve.

"Será um novo projeto que também deverá ter participação de gente como Chick Corea [premiado pianista de jazz dos EUA). O que a gente não pode é parar", ressalta.

Assim, Amilton - aplaudido há 54 anos na cena da música brasileira e do jazz - toca a vida. Sem o alarde que muitos fariam e com prêmios que poucos terão.

Comentários

Comentários