Contexto Paulista

São Paulo é a principal conexãodo Brasil com os Emirados Árabes

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16/02/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Quase a metade de todo o comércio entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos parte de empresas paulistas, desde produtos agrícolas e alimentos até produtos manufaturados como equipamentos médicos de última geração. O embarque de produtos brasileiros para o parceiro comercial alcançou US$ 1,727 bilhão entre janeiro e setembro de 2019, o que representa um crescimento de 17,26% comparado ao mesmo período de 2018. No sentido contrário, as exportações para o Brasil cresceram 117,09% no mesmo intervalo, totalizando US$ 392,77 milhões. Os dados são do Consulado Geral dos Emirados em São Paulo, com base em estatísticas do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Responsável por 32% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o Estado de São Paulo se consolida como a principal conexão brasileira com os Emirados Árabes Unidos.

Escritório em Dubai

Segundo o embaixador brasileiro Kenneth Nóbrega, secretário de negociações bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, existe um imenso potencial de investimentos entre o Brasil e os países árabes, especialmente dentro do programa de parcerias e concessões com o setor privado, que devem exigir aportes de até R$ 1,2 trilhão. Atualmente, o Brasil recebe R$ 5 bilhões dos fundos soberanos, que possuem mais de US$ 1 trilhão em disponibilidade de investimento. Este mês se deu a abertura de um escritório comercial do governo paulista em Dubai. Trata-se do segundo escritório internacional do Estado de São Paulo. O primeiro foi inaugurado em Xangai, na China, maior parceiro comercial do Estado e do Brasil, em agosto de 2019.

Parcerias

"O Estado de São Paulo oferece muito potencial de comércio e investimento em uma ampla gama de setores econômicos, incluindo agricultura, manufatura de alimentos, logística, infraestrutura, parques industriais e comércio", afirmou João Paulo Paixão, chefe do escritório internacional da Dubai Chamber of Commerce & Industry no Brasil, em entrevista publicada pela agência InvestSP.

Via dupla

Entre os produtos que lideram a lista de exportação dos Emirados Árabes para o Brasil estão, no topo, os derivados de petróleo e combustíveis, responsáveis por 73% da pauta. Em seguida, destacam-se produtos químicos e petroquímicos - voltados para a indústria farmacêutica e de embalagens, por exemplo - e peças e turbinas para aviões. No sentido contrário, de itens made in Brazil embarcados, destacam-se alimentos como carne de frango (25% do total) e bovina (13%), além de derivados de cana-de-açúcar (9,9%) e ouro (8,7%).

Força paulista

Os números da economia paulista explicam a força de São Paulo na relação com o Oriente Médio e o mundo. O Estado concentra, por exemplo, mais da metade da produção das instituições financeiras brasileiras, se destacando principalmente em serviços prestados às empresas (47,91%), serviços de informação (45,43%), além de saúde e educação (33,85%).

Polos de desenvolvimento

Em razão de o Estado de São Paulo ser o principal centro financeiro do país, e com o maior e mais moderno parque industrial, as empresas paulistas são as que despertam o interesse dos investidores e empresários árabes, segundo a InvestSP. A produção agrícola paulista está espalhada por todo o território e o governo estadual tem incentivado o fortalecimento da atividade industrial com o aprimoramento dos polos de desenvolvimento. Como exemplo, o Vale do Paraíba concentra indústrias que fabricam veículos, como a General Motors e Volkswagen, e aeronaves, além de produzir alta tecnologia, eletroeletrônicos, têxtil e química. Já a região de Campinas centraliza grande parte das indústrias voltadas a automóveis, tecnologia da informação e petroquímicas, enquanto a região metropolitana da capital abriga atividade econômica diversificada.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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