
"A sociedade terrestre necessita aprender, pela experiência do sofrimento, a correção moral do comportamento e a educação mental dos pensamentos". O trecho da mensagem do espírito Bezerra de Menezes, psicografada por Divaldo Pereira Franco, dá o tom à forma pela qual a doutrina espírita enxerga a pandemia do novo coronavírus. Sob a visão dos seus adeptos, o atual cenário faz parte de um longo caminho para a evolução da humanidade.
É o que explica o recém-empossado presidente da União das Sociedades Espíritas (USE), em Bauru, Osmar Hermelindo Silva. De acordo com ele, a humanidade já presenciou diversas tragédias que dizimaram bastante gente, como tsunamis, terremotos e até a gripe espanhola. "Esta, talvez, seja a mais grave em virtude da quantidade de países afetados, mas tudo isso faz parte da evolução do mundo", acrescenta.
Ainda segundo Silva, é preciso destruir para reconstruir. "Nós, espíritas, encaramos o atual cenário com muita tristeza em relação às perdas, porém, também o enxergamos como um caminho para a transição entre o mundo de provas e expiações e o de regeneração", comenta.
O espírita também afirma que, conforme a sua doutrina, as vítimas fatais da Covid-19 são acolhidas por uma equipe de espíritos amigos. Estes, por sua vez, as ajudam a curar todas as dores.
TRANSIÇÃO
O presidente da USE informa que não dá para saber se esta transição entre o mundo de provas e expiações e o de regeneração terminará com o fim da pandemia. "Nós já passamos por situações como esta nas décadas anteriores e outras poderão vir, porém, eu acredito que sairemos um pouco melhor do que entramos", complementa.
Silva pontua, ainda, que, no mundo de provas e expiações, o mal predomina através da violência, do ódio, do preconceito e da intolerância. "No de regeneração, o amor e a solidariedade deverão falar mais alto", frisa.
Muita gente costuma questionar o fato de Deus ser considerado bom e, ao mesmo tempo, castigar a humanidade com tragédias inimagináveis. "Se Ele é justo, não erra. Como nós podemos criticá-lo, se não sabemos as suas verdadeiras razões? Na minha concepção, não se trata de castigo, mas de vontade de nos ver progredir", finaliza.